Da redação
A comunidade Tikmũ’ũn-Maxakali recebeu o primeiro curso de Pajés entre os dias 10 e 13 de janeiro, na Aldeia Vila Nova, localizada na Terra Indígena Maxakali, em Minas Gerais.
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Durante o curso, líderes espirituais, mulheres, crianças e agentes agroflorestais compartilharam saberes e experiências que fortaleceram a conexão do povo Tikmũ’ũn com sua terra, sua história e seus cantos sagrados.
Conforme Isael Maxakali, líder da comunidade e pesquisador pela UFMG, “os pajés são cuidadores da história, guardam as memórias dos antepassados e estão passando os conhecimentos deles para os jovens, para continuar fortalecendo nosso território”, explica.
O encontro dos curandeiros também foi utilizado para debater sobre a necessidade urgente de “curar a terra”, além de reforçar o protagonismo dos Tikmũ’ũn na construção de projetos que promovam a sustentabilidade e, consequentemente, manter viva as práticas culturais e autonomia da comunidade.
Uma das atividades foi a distribuição de sementes crioulas, incluindo sementes de Jerivá, doadas pela Teia dos Povos. Além disso, os participantes do curso utilizaram o viveiro-escola da comunidade, chamado de “útero da floresta”, para entoar cantos entre as mudas de plantas.
Projeto Hãmhi | Terra Viva
O curso de Pajés ocorreu em uma região de atuação do projeto Hãmhi | Terra Viva, liderado pelos Tikmũ’ũn e parceiros. Em um ano e meio, a iniciativa recuperou 150 hectares de Mata Atlântica e implementou 60 hectares de quintais agroflorestais, fortalecendo a soberania alimentar e cultural da comunidade.