Carta de Apresentação

Camilo Lélis – Arquivo pessoal

“Eu sou do meio do mundo. Nem do fim, nem do início, apenas do meio.”

Por assim dizer, começo minha comunicação com o público do informativo @ometropolitanobh. Bom estar também por aqui. Obrigado pelo convite, Luciano!

Prazer, me chamam de Camilo. @camilo.lelis.oficial

Dizem que, de onde eu venho, Pedra Lascada, nome dado a esta coluna, é a tradução, em tupi-guarani, para o nome da cidade em que nasci, Itaguara.

A título de apresentação, começo por aí, pois antes de mim e dos meus, existe o território onde nasci e cresci.

E isso diz também da formação cultural na qual fui batizado.

Sou de lá, da “pedra do lobo”, outra tradução para o nome da minha cidade.

Nasci em casa, diz minha mãe. Eu e meus irmãos, diz minha mãe. Isso de ter nascido na década de 80, no interior de Minas Gerais, e de ter vindo ao mundo pelas mãos de uma parteira, diz muito de mim.

Nada de “berço esplêndido” e nem sobrenome de pedigree. Gosto de dizer que sou igual à minha cadela, sou SRD – Sem Raça Definida. Mas, sem dúvida, sou patrimônio de algum canto, nem que seja lá de casa. Igual ao cão Caramelo, quase foi registrado assim no Brasil.

Isto de nascer e crescer às margens da metrópole e, talvez mais ainda, interior adentro, direciona nosso pensamento de um jeito.

Igualmente, nascer na metrópole também, culturalmente falando, direciona nosso pensamento de outro modo.

Como nasci lá, tombei pra BH. Desci para o Rio de Janeiro e caminhei em outras ribeiras e ribeiros, inclusive lá fora, onde a vista não alcança, faz o cérebro da gente sambar bastante, viu.

E foi sambando que meu coração pegou cadência na mineridade que traduz brasilidade, e como gosto desta cachaça que é ser brasileiro, viu! Mas samba tem a ver com mineridade? Pesquisa lá!

Pois bem, gosto de imprimir naquilo que escrevo uma forma mais coloquial e amigável, para trocar com vocês impressões sobre o meio mundo que a gente carrega. Sim, porque, apesar da globalização, tem uma outra metade que, graças a Deus, a gente não carrega.

Quantas metades tem o mundo?

“Sê besta, sô”, metade é metade e pronto, uai. Sei não?!

Verdade verdadeira é que, por esses continentes aí, ainda há muita coisa desconhecida, que nem na web cabe.

Prefiro acreditar assim, talvez isso traga mais luz, mais inspiração, mais fôlego, mais esperança.

Afinal, o que impera mesmo, você já sabe, é a ganância desmedida. Que, por sua vez, se debruça no mercado e faz da vida um gigantesco balcão de negócios.

Marcas, rótulos e uma minoria endinheirada que toma conta das mídias, das telas, num modismo escroto que dá até nojo. Fala sério, Trump outra vez? É o que vende.

Mais do que nunca, se está noticiando, está vendendo. E comida raquetada também é capitalizada. Se for mentira então, chega até lá no Papai Noel.

Agora, notícia boa não vende. Pode ver, o que mais a gente encontra é gente cansada. Por quê? Notícia ruim na cabeça. A boa notícia até tem, mas não emplaca. Não é replicada. Não chega no TikTok.

Entre brincadeiras de dizer verdades e verdades pra se dizer brincando, sigo jogando com as palavras.

Minha pretensão? Sigo sem.

E também trabalhando para diminuir minhas expectativas. Palavrinha do capeta, sô!

A gente se enche todo e depois esvazia feito balão. Melhor seguir mais sóbrio, a gente sofre menos.
Acho.

Mas jamais sem vida, beleza? Moribundo, jamais. Há uma imensidão de beleza, de graça, querendo abraçar seus sentidos, batendo à porta dos seus olhos todos os dias quando você acorda. Então!

Vamos combinar, acorda pra vida!

Camilo Lélis

Ator, itaguarense, com formação concluída no Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Transita pela atuação, escrita e direção cênica. Atuou em diversos espetáculos, com experiência também no cinema e na TV. @camilo.lelis.oficial
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