Indústria da moda deve crescer 3% em Minas Gerais

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Valorização do design local e oferta de produtos diferenciados permitiram o posicionamento de marcas do Estado nos mercados nacional e internacional

Da redação

A indústria da moda em Minas Gerais deve crescer 3% neste ano. Caso se confirme, o desempenho será um ponto percentual inferior à alta nacional, estimada em 4% no mesmo período.

De acordo com a presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Juiz de Fora (Sindivest-JF), Mariângela Marcon, o crescimento estadual mais moderado deve-se à dependência de uma cadeia produtiva mais regionalizada e aos desafios logísticos do Estado. Porém, ela afirma que ainda assim, Minas mantém relevância no mercado nacional, como polo criativo e produtivo.

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Segundo Mariângela Marcon, neste ano foi observada recuperação, sobretudo, junto às micro e pequenas empresas locais, que representam a grande maioria das empresas do setor no Estado.

“Eventos como o Minas Trend tiveram um papel crucial para posicionar marcas mineiras nos mercados nacional e internacional. Também houve a valorização do design mineiro e o fortalecimento das nossas marcas nesses mercados. Além disso, o Estado se destacou pela oferta de produtos diferenciados, que agregam valor ao setor”, afirma.

Em âmbito nacional, segundo a dirigente, o crescimento foi impulsionado por fatores como inovação tecnológica e maior investimento em sustentabilidade, que acabaram refletindo em uma retomada do consumo interno e das exportações. Ainda assim, ela ressalta que o desempenho do setor poderia ser melhor, não fossem os impactos econômicos.

“A elevada tributação e os custos logísticos limitam o crescimento, principalmente para pequenas empresas, que enfrentam dificuldades com a concorrência”, destaca.

Outro ponto ressaltado diz respeito à elevação do dólar. “O setor é sensivelmente prejudicado com a valorização da moeda americana. Isso pode impedir novos investimentos”, diz. De acordo com ela, o e-commerce tem desempenhado papel importante e influenciado positivamente, porém, a concorrência com os produtos asiáticos, ainda impacta de forma negativa.

Quanto à geração de empregos, o setor foi responsável pelo aumento de 2% nos postos de trabalho no Estado. Inclusive, as micro e pequenas empresas investiram bastante em mão de obra no decorrer do exercício.

No Brasil, o aumento de 3% nos postos de trabalho foi impactado pelas funções ligadas ao e-commerce e à inovação. “Também registramos aumento nas exportações. Em Minas foi em torno de 5% e o destaque foi para calçados e acessórios”, resume.

Expectativas para 2025

Em todo o País, o setor espera um crescimento de 4% a 6% para 2025, com destaque para exportações e maior integração tecnológica. Em Minas Gerais, Mariângela Marcon diz que as expectativas também são positivas e que há potencial de crescimento para índices semelhantes aos nacionais.

Entretanto, ela pondera que para que isso se concretize são necessários incentivos fiscais e melhorias na infraestrutura logística. “Minas Gerais tem vantagens competitivas, como a criatividade e qualidade dos produtos, que podem ser impulsionar novos mercados”, conclui.