Pacheco se posiciona como pré-candidato ao governo de Minas ao lado de Lula, que critica “picaretas com celular”

Luciano Meira
O senador Rodrigo Pacheco (PSD) reforçou sua projeção como possível candidato ao governo de Minas Gerais em 2026 durante um evento em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11). Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pacheco fez um discurso alinhado ao tom de pré-campanha, elogiando Lula e criticando, de forma indireta, o governador Romeu Zema (Novo), além de defender a reconstrução do Estado.
Durante cerca de meia hora, Pacheco destacou a trajetória de Lula, afirmando que, “a despeito das críticas”, o presidente é “quem mais se dedicou à defesa dos pobres” no Brasil. Ele classificou o discurso de Lula feito anteriormente como “o mais extraordinário” que já presenciou. O senador também expressou orgulho por ter presidido o Congresso Nacional na posse de Lula em 2022 e agradeceu o apoio do presidente durante as eleições, quando enfrentou críticas de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro.A recepção no evento foi marcada por manifestações de apoio de prefeitos, que entoaram gritos de “Pacheco governador” e exibiram faixas assinadas por mais de 30 prefeituras, agradecendo ao senador.
Críticas à política mineira e a Zema
Pacheco criticou o atual cenário político de Minas Gerais, classificando-o como um período de “decréscimo” e “quebra de liturgia”, atribuindo esse contexto a movimentos antipolítica e ao negacionismo, especialmente fomentados pelas redes sociais. Segundo ele, a “liberdade de expressão irresponsável” nas plataformas digitais tem prejudicado o debate público. Essas declarações vieram logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizar a necessidade de regulamentação das redes sociais.
O senador também fez críticas indiretas a Romeu Zema (Novo), que é pré-candidato à Presidência, ao mencionar a existência inquestionável da Ditadura Militar (1964-1985) e relembrar figuras históricas mineiras como Tancredo Neves, Itamar Franco e Juscelino Kubitschek. Para Pacheco, Minas Gerais não pode se contentar com uma “política feita por videomaker, TikTok e redes sociais”, criticando o populismo e a superficialidade no debate político.
Defendendo a reconstrução do Estado, Pacheco ressaltou a necessidade de melhorias em infraestrutura e logística, além de resgatar a autoestima dos mineiros por meio da política, ciência e respeito à história.
Lula endossa Pacheco e critica adversários
O presidente Lula reforçou seu apoio à possível candidatura de Pacheco, afirmando que “nenhum desses picaretas, que acham que são bons por viver na frente do celular falando mal dos outros, tem a menor chance de competir com Pacheco”. Lula criticou o uso das redes sociais para disseminação de mentiras e ataques pessoais, defendendo uma política mais propositiva.
Lula também citou o embate entre o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o ministro Fernando Haddad (PT), criticando a postura de parlamentares que utilizam as redes para atacar adversários sem compromisso com o debate ou a verdade. O presidente ainda alfinetou, sem citar nomes, o governador Zema e figuras como Nikolas e Cleitinho, dizendo que Minas Gerais “não merece” esse tipo de representação após o atual governo.
A ausência de Zema e da prefeita de Contagem, Marília Campos, nos compromissos de Lula foi alvo de críticas da comitiva presidencial. O evento ocorre em meio a intensa movimentação política, com Lula articulando a candidatura de Pacheco ao governo mineiro em 2026, chamando-o de “futuro governador”.