Lula amplia vantagem sobre Bolsonaro na mais recente pesquisa Datafolha
Disputa pelo Planalto segue polarizada, mas candidato petista se distancia dos principais rivais; levantamento apresenta cenários de primeiro e segundo turnos

Luciano Meira
A pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua liderança na corrida presidencial de 2026. O levantamento mostra o petista com 39% das intenções de voto no primeiro turno, seis pontos à frente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente está inelegível. O cenário confirma a polarização vigente na política nacional e destaca a fragmentação da oposição de direita. Na hipótese de segundo turno, a disputa permanece acirrada, mas Lula aparece tecnicamente empatado com Bolsonaro e outros nomes da oposição, como mostra o detalhamento a seguir.
O estudo do Datafolha ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 e 30 de julho de 2025, em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi divulgado simultaneamente por diversos meios de comunicação.
Na simulação mais tradicional de primeiro turno (com Lula e Bolsonaro), o presidente tem 39% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente aparece com 33%. Em outros cenários, a vantagem de Lula é ainda maior contra possíveis herdeiros do bolsonarismo, como Michelle, Eduardo ou Flávio Bolsonaro e outros nomes de destaque na direita, como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
A pesquisa também testou simulações sem Lula no páreo. Nesse caso, Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente, e Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, aparecem bem posicionados, mas a disputa permanece muito fragmentada.
Veja, a seguir, os principais cenários trazidos pela pesquisa e os índices de rejeição dos principais nomes:
Cenários de 1º turno (Datafolha – Julho 2025)
| Cenário | Lula (PT) | Bolsonaro (PL) | Michelle Bolsonaro | Tarcísio (Republicanos) | Eduardo Bolsonaro | Flávio Bolsonaro | Ratinho Jr. (PSD) | Ronaldo Caiado (União) | Romeu Zema (Novo) |
| Lula x Bolsonaro | 39,00% | 33,00% | – | – | – | – | 7,00% | 5,00% | 4,00% |
| Lula x Michelle | 39,00% | – | 24,00% | – | – | – | 10,00% | 7,00% | 6,00% |
| Lula x Tarcísio | 38,00% | – | – | 21,00% | – | – | 12,00% | 7,00% | 6,00% |
| Lula x Eduardo | 39,00% | – | – | – | 20,00% | – | – | – | – |
| Lula x Flávio | 40,00% | – | – | – | – | 18,00% | – | – | – |
Cenários de 2º turno
| Cenário | Lula (PT) | Adversário |
| Lula x Bolsonaro | 47,00% | 43,00% |
| Lula x Michelle Bolsonaro | 48,00% | 40,00% |
| Lula x Eduardo Bolsonaro | 49,00% | 37,00% |
| Lula x Flávio Bolsonaro | 48,00% | 37,00% |
| Lula x Tarcísio de Freitas | 45,00% | 41,00% |
| Lula x Ratinho Jr. | 45,00% | 40,00% |
| Lula x Ronaldo Caiado | 47,00% | 35,00% |
| Lula x Romeu Zema | 46,00% | 36,00% |
Sem Lula (cenários alternativos de 1º turno)
| Candidato | Intenção de voto |
| Geraldo Alckmin | 24,00% |
| Fernando Haddad | 23,00% |
| Tarcísio de Freitas | 22,00% |
| Ratinho Jr. | 14,00% |
| Caiado | 7,00% |
| Zema | 7,00% |
Rejeição dos candidatos
| Candidato | Rejeição (%) |
| Lula | 47,00% |
| Bolsonaro | 44,00% |
| Eduardo Bolsonaro | 38,00% |
| Flávio Bolsonaro | 36,00% |
| Tarcísio | 17,00% |
| Ratinho Jr. | 21,00% |
| Romeu Zema | 22,00% |
| Fernando Haddad | 32,00% |
| Geraldo Alckmin | 27,00% |
O Datafolha mostra que a disputa segue marcada pela polarização e por índices elevados de rejeição aos principais candidatos, reflexo de um eleitorado dividido e insatisfeito com as opções. Lula, apesar da rejeição alta, mantém vantagem por causa da fragmentação da oposição e ausência de um líder consolidado no campo conservador. O levantamento ainda identifica um espaço aberto para candidaturas alternativas — como Alckmin — mesmo que, por ora, estejam muito atrás de Lula.
A pesquisa foi realizada com 2.004 eleitores, em todas as regiões do Brasil, e reflete o quadro nacional de momento, sem considerar possíveis desdobramentos judiciais ou movimentos de alianças partidárias até 2026. A margem de erro, de dois pontos percentuais, pode deixar adversários tecnicamente empatados em alguns cenários.