Minas Gerais ocupa o terceiro lugar em população em situação de rua no Brasil
Levantamento da UFMG revela que o estado abriga mais de 32 mil pessoas vivendo nas ruas, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro

Luciano Meira
Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro com maior número de pessoas em situação de rua, segundo levantamento recente do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com 32.685 pessoas vivendo nas ruas, o estado fica atrás apenas de São Paulo (148.730) e Rio de Janeiro (33.081), compondo junto com esses dois estados cerca de 60% da população de rua do país.
O estudo, baseado em dados do Cadastro Único (CadÚnico), aponta que o Brasil tem atualmente 358.553 pessoas em situação de rua, número que representa um crescimento expressivo nos últimos anos. A capital mineira, Belo Horizonte, também se destaca negativamente: com 14.454 pessoas vivendo nas ruas, é a terceira capital com maior número de moradores em situação de rua no país.
A concentração dessa população no Sudeste é atribuída a fatores como maior densidade urbana, desigualdade social, desemprego e insuficiência de políticas públicas eficazes. O levantamento também destaca o crescimento acelerado em estados como Roraima, que hoje tem 9.954 pessoas em situação de rua, superando unidades federativas mais populosas como o Distrito Federal e Pernambuco.
Especialistas alertam para a urgência de ações integradas entre governos municipais, estaduais e federais para enfrentar o problema. A ampliação de programas de assistência social, moradia temporária, saúde mental e reinserção no mercado de trabalho são apontadas como medidas fundamentais para reverter esse cenário.
A pesquisa da UFMG reforça a necessidade de olhar para a população em situação de rua como cidadãos com direitos, e não apenas como números. A invisibilidade social e o estigma dificultam o acesso a serviços básicos e perpetuam ciclos de exclusão.
