Barba, cabelo e bigode: PF prende ex-presidente do INSS, faz busca e apreensão no deputado Euclydes Pettersen e coloca tornozeleira em ex-ministro de Bolsonaro

O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira – Fotos: Reprodução Redes Sociais – Arte RMC
Luciano Meira

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13) uma nova fase de Operação Sem Desconto, contra fraudes em descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS, com a prisão do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e busca e apreensão contra o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG). Pettersen é investigado por sua relação direta com a associação responsável pelos descontos indevidos, que atuava com contratos fraudulentos para cobrar mensalidades de aproximadamente 34 mil beneficiários, causando desfalque superior a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Além de apontar o envolvimento político, as investigações revelaram que emendas parlamentares foram destinadas por Pettersen para a Associação Nacional dos Aposentados, entidade que atuava no esquema. Esses recursos públicos fomentaram a manutenção e ampliação das operações fraudulentas, facilitando o esquema criminoso. A ligação política e financeira de Pettersen com a associação é corroborada por documentos encontrados durante as buscas, incluindo contratos e registros de transferências. O deputado também é relacionado à compra de um avião para a ONG ligada à Conafer, parte das investigações relativas ao modus operandi do grupo.A CPI do INSS acompanha o caso de perto, com requerimentos para convocação de Pettersen e outros envolvidos, visando esclarecer detalhes da participação do deputado e seu impacto no enriquecimento ilícito da entidade. A operação também mira o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, que foi presidente do INSS e agora respondendo a processo com uso de tornozeleira eletrônica.

O esquema envolvia entidades que prometiam diversos benefícios aos aposentados, como assistência jurídica e acesso a serviços diversos, mas que não cumpriam as promessas e realizavam descontos diretamente nos benefícios previdenciários dos segurados, sem autorização legítima. A operação cumpre 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca em 15 estados e no Distrito Federal.

A ação visa desarticular a organização criminosa responsável pela fraude que gerou prejuízo bilionário ao sistema previdenciário brasileiro, além de recuperar valores e garantir responsabilização dos envolvidos na esfera política e administrativa.

O Metropolitano

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