Celular Seguro passa a bloquear também aparelhos sem o app instalado
Nova regra permite registrar roubo, furto ou perda em até 15 dias, de qualquer dispositivo, sem cadastro prévio nem número de IMEI

Luciano Meira
O aplicativo Celular Seguro, do governo federal, passou a permitir o bloqueio de celulares roubados, furtados ou perdidos mesmo quando o aparelho não tinha o app instalado nem cadastro prévio do usuário. A mudança, anunciada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, também dispensa a necessidade de informar o IMEI, o número de identificação do telefone, e amplia o alcance do programa, que já soma cerca de 3,6 milhões de pessoas cadastradas no país.
Como funciona o novo bloqueio
Pelas novas regras, a vítima pode registrar a ocorrência usando outro celular, um tablet ou computador, acessando o aplicativo ou o site do Celular Seguro e fazendo login com a conta gov.br. O usuário tem até 15 dias para preencher data e horário do roubo, furto ou perda e informar a linha telefônica usada no aparelho, o que permite acionar bloqueios mesmo sem ter baixado o app no dispositivo levado.
O sistema exige que o CPF utilizado no acesso ao gov.br seja o mesmo cadastrado na operadora da linha, que é a responsável por validar os dados e executar o bloqueio. A partir de um único alerta, o programa aciona parceiros para suspender a linha telefônica, restringir aplicativos financeiros, bloquear o IMEI ou colocar o celular em “modo recuperação”, a depender da opção escolhida pelo usuário.
O que pode ser bloqueado
Segundo o Ministério da Justiça, o Celular Seguro permite solicitar o bloqueio da linha telefônica, das contas e aplicativos bancários vinculados ao aparelho, do próprio IMEI ou o cadastro no modo recuperação, que facilita a atuação das polícias na localização do telefone. Em versões anteriores, já era possível acionar bancos e operadoras, mas o novo modelo pretende tornar o processo mais simples e abrangente, especialmente para quem não tinha o hábito de registrar o IMEI ou de instalar o app preventivamente.
Autoridades explicam que a ideia é reduzir rapidamente o potencial de uso criminoso do aparelho, limitando o acesso a dados pessoais e a contas bancárias e diminuindo prejuízos com golpes digitais após roubos e furtos. O governo também planeja integrar o Celular Seguro a bancos de dados de aparelhos com restrição e a um protocolo nacional de recuperação de celulares, cruzando informações de boletins de ocorrência com dados das operadoras.
Objetivo e impacto na segurança
Lançado em dezembro de 2023, o Celular Seguro foi criado para permitir que o cidadão emita um único alerta e, com isso, agilize o bloqueio de serviços ligados ao aparelho, diminuindo o interesse do crime organizado em roubar celulares. Desde então, o programa já possibilitou o bloqueio de centenas de milhares de aparelhos com restrição por roubo, furto ou extravio, segundo dados do Ministério da Justiça.
Com a ampliação para usuários sem cadastro prévio, especialistas em segurança veem potencial de aumento no número de bloqueios rápidos e, consequentemente, de dificuldade para revenda e uso fraudulento dos aparelhos levados. Órgãos de segurança reforçam, porém, que o uso do Celular Seguro deve vir sempre acompanhado do registro do boletim de ocorrência e da orientação de evitar reagir a assaltos, priorizando a integridade física da vítima.
