Alexandre de Moraes defende rigor e independência do STF no julgamento do núcleo do golpe capitaneado por Bolsonaro

Ministro enaltece papel da Corte diante de pressões e rejeita pacificação com impunidade: “Não há justiça onde há covardia”

Ministro Alexandre de Moraes – Divulgação STF
Luciano Meira

O ministro Alexandre de Moraes, relator do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu o julgamento do “núcleo crucial” da tentativa de golpe liderada por Jair Bolsonaro com críticas veementes às pressões externas sobre a Corte. Ao longo de sua fala, Moraes condenou “organizações criminosas” que tentam obstruir a Justiça e reafirmou que o STF não se dobrará a ameaças internacionais ou nacionais.

Luta contra coações e pressão internacional

Segundo Moraes, a Suprema Corte é alvo de tentativas de interferência e “coação de Estado estrangeiro”, em referência a sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos — medida apoiada por aliados do ex-presidente e vista como retaliação ao rigor do Judiciário brasileiro. No discurso, Moraes foi enfático: “O STF não aceitará coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional conferida soberanamente pelo povo brasileiro”, disse, pontuando que as instituições mostraram força diante de mais uma tentativa de golpe em nossa história.

Pacificação exige justiça, não apaziguamento

O magistrado ressaltou a diferença entre pacificação e apaziguamento: “A pacificação do país, que é o desejo de todos nós, depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições. Não havendo possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à Constituição Federal e, mais, incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”.Moraes lamentou que, novamente, o país tente instaurar uma “verdadeira ditadura” e destacou que “impunidade, omissão e covardia não são opções para pacificação”. Para ele, o STF julga com independência, ignorando pressões internas e externas, e só a justiça rigorosa pode impedir reincidências golpistas.

Independência e compromisso democrático

Destacando os números das ações sobre os atentados às instituições, o ministro pontuou que o papel do STF é realizar uma análise técnica rigorosa e entregar justiça: “Havendo prova da inocência ou dúvida razoável, os réus serão absolvidos. Existindo provas, serão condenados — assim se faz justiça”. Moraes garantiu que a Corte jamais faltará com coragem para proteger a soberania nacional e reafirmou o compromisso do Judiciário com a democracia brasileira.

Durante o julgamento, Moraes mostrou-se firme contra pressões externas e internas, reiterando que o STF não será instrumento de apaziguamento que incentive impunidade — bandeira fundamental para quem acompanha a defesa radical do Estado Democrático de Direito no país.

O Metropolitano

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