Assista: Carlos Bolsonaro divulga vídeo do pai dormindo e soluçando
Exposição de imagens do ex-presidente pode ser considerada como estratégia para sensibilizar opinião pública

Luciano Meira
Carlos Bolsonaro, ex-vereador do Rio de Janeiro pelo PL, publicou nesta sexta-feira (12) em suas redes sociais um vídeo mostrando o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, dormindo e soluçando, gravado antes de sua prisão. A divulgação pode ser considerada uma forma de pressionar por tratamento médico adequado e liberação para prisão domiciliar, alegando agravamento do quadro de saúde decorrente de sequelas de uma facada sofrida em 2018. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses em regime fechado na sede da Polícia Federal em Brasília, por liderar tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O vídeo, descrito por Carlos como “doloroso” e inicialmente não pretendido para o público, retrata o ex-presidente roncando e soluçando, sintomas que ele atribui a reflexos da agressão sofrida em campanha. No texto acompanhando a postagem, Carlos enfatiza a necessidade de “cuidados especiais 24 horas por dia”, alertando para riscos como broncoaspiração e morte iminente sem assistência contínua — curiosamente, a mesma assistência inexistente no episódio da tentativa de abrir a tornozeleria eletrônica —. A família argumenta que o ambiente carcerário, uma cela especial de 12 metros quadrados, agrava problemas crônicos do idoso de 70 anos, incluindo refluxo constante.
A defesa de Bolsonaro reiterou pedidos de cirurgia e perícia médica ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Alexandre de Moraes determinando à PF análise em 15 dias, mas descartando no curto prazo a prisão domiciliar humanitária. Anteriormente em domiciliar desde agosto até novembro, o ex-presidente teve a medida revogada por violação de tornozeleira eletrônica, o que levou à prisão preventiva. Acompanhamento médico judicial já foi autorizado na PF, com visitas familiares liberadas.
O caso ganha contornos políticos com a recente aprovação na Câmara do PL da dosimetria — que deverá enfrentar problemas no Senado e no STF —, que pode reduzir a pena de Bolsonaro para cerca de dois anos, e sua indicação do filho Flávio como representante na disputa presidencial de 2026. Críticos veem na exposição do vídeo uma estratégia para sensibilizar a opinião pública e o Judiciário, enquanto apoiadores destacam violações humanitárias. A perícia da PF determinada pelo ministro Alexandre de Moraes deve esclarecer a gravidade dos sintomas para decisões futuras sobre o regime de cumprimento de pena.
Assista ao vídeo:
