Cine Santa Tereza celebra o Dia da Consciência Negra com mostra especial

Da redação

Celebrado nesta quarta-feira (20) pela primeira vez como feriado nacional, o Dia da Consciência Negra é uma data de grande importância para refletir sobre a história e o legado da população negra no Brasil. É com esse intuito que a Prefeitura de Belo Horizonte promove no Cine Santa Tereza a Mostra Especial Dia da Consciência Negra, que apresenta narrativas de resistência e de luta por direitos, assim como histórias que ressaltam a expressiva contribuição artística e cultural do povo negro. Na programação, estão filmes brasileiros de realizadores negros, lançamento de filmes com sessões comentadas, e uma sessão de narração de histórias. A mostra acontece de 21 a 29 de novembro e integra a programação especial do Mês da Consciência Negra promovida por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura.

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Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site www.sympla.com. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa do Cine Santa Tereza pode ser consultada no Portal da PBH.

A Mostra do Cine Santa Tereza integra a programação especial promovida pela PBH para celebrar o Mês da Consciência Negra. Desde o início de novembro, uma série de ações vêm sendo desenvolvidas no intuito de valorizar e reconhecer a importância da cultura afro-brasileira para a construção da nossa identidade. São mais de 70 atividades previstas para os equipamentos públicos – teatros, museus, centros culturais, bibliotecas e centros de referência.

Na programação, já foram realizadas atividades como apresentação de resultados do Inventário Cultural sobre o Samba em BH, apoio ao Seminário “Quilombo reconhece Quilombo” e ao evento “Laços da Ancestralidade”, Programação especial para comemorar o Dia e a Semana do Hip-Hop em BH, entre outras ações. Ainda estão previstas atividades até o final do mês, como a continuidade da programação de inauguração das esculturas de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, no Parque Municipal, e inúmeras atrações nos Centros Culturais, além de encontros e seminários que visam reforçar políticas voltadas ao setor. Trata-se de uma política contínua, reflexo de uma demanda histórica na luta contra o racismo e a promoção da igualdade.

A Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca que a mostra do Cine Santa Tereza é mais uma atividade, entre tantas outras, realizada para celebrar o Mês da Consciência Negra que visa reconhecer a riqueza da cultura negra e sua influência na formação da nossa identidade. “Iniciativas como esta são especiais pois conseguimos valorizar as histórias, talentos e lutas da população negra, reforçando a importância do combate ao racismo e da construção de uma sociedade mais igualitária. É fundamental reconhecer e amplificar as vozes que constroem a diversidade e a riqueza cultural do nosso país e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso da gestão pública com a inclusão e o respeito às diversas identidades que compõem nossa sociedade”, completa.

Para Bernardo Correia, presidente da Fundação Municipal de Cultura, a mostra é um convite para mergulharmos na riqueza artística e histórica do povo negro. “A Mostra Especial Dia da Consciência Negra traz como destaque a grande variedade da cultura afro-brasileira, com obras que vão de biografias inspiradoras, como a de Luiz Gama, passando por narrativas sobre tradições culturais, como em ‘Princesa Macula e o Canto Triste’, até conexões com a ancestralidade africana, como no documentário sobre Maputo. Trata-se de um recorte representativo da força e da diversidade da arte negra, que reafirma a importância de reconhecer e valorizar essas narrativas. É uma oportunidade para o público se conectar com histórias que carregam luta, resistência e uma imensa contribuição cultural para a sociedade brasileira”, afirma.

A Mostra Especial Dia da Consciência Negra celebra o talento, a luta e o legado de grandes ícones nacionais que seguem inspirando gerações, como o advogado abolicionista Luiz Gama, homenageado no filme biográfico Doutor Gama (2021) de Jefferson De; e o capoeirista e músico baiano, Môa do Katendê, que tem sua história contada no documentário Môa – Raiz Afro Mãe (2023), de Gustavo McNair, exibição que integra a programação do Circuito Municipal de Cultura.

O Especial realiza, ainda, uma sessão comentada e a pré-estreia de um conjunto de obras de realizadores mineiros, caso de Expressão, Coordenação e Ritmo (2024), de Ana Tereza Brandão e Ana Amélia Arantes, obra que narra a história da bailarina mineira, Marlene Silva; Princesa Macula e o Canto Triste (2024), de Mayara Mascarenhas, que retrata a festa dos Reis e Rainhas Congas; além de Vutomi dza ku dzi n’ga heli, É a vida que nunca acaba (2024), de Gabriel Navarro, Carlos Daniel Costa e Samora N’zinga, documentário que traz um recorte sobre o universo musical e cultural na província de Maputo (Moçambique).

Outra atração da mostra será uma sessão de Narração de Histórias com o Mestre Guiné, trazendo à tona a história de seus bisavós que, em 1900, foram expulsos da Vila Barroquinha, atual Barroca, e acabaram chegando na Lagoinha, e, posteriormente, no Bairro Santo André, onde Mãe Ieda reside e desde a década de 90 comanda a Casa do Pai Mateus. É a História da família e de toda a geração que deu origem a Casa da Família de Mãe Ieda e Mestre Guiné.

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