Deputada Beatriz Cerqueira intensifica críticas à privatização e denuncia falta de transparência do governo Zema

Parlamentar denuncia avanços do governo na venda do patrimônio público mineiro e defende direito da população em decidir sobre as estatais

Deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG) – Foto: Arquivo RMC
Luciano Meira

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG) subiu o tom das críticas ao governador Romeu Zema (Novo) após o avanço da pauta de privatizações em Minas Gerais, conforme noticiado recentemente. Ela afirmou que a condução do processo fere a transparência e retira dos mineiros o direito de decidir sobre o destino do patrimônio do estado, em referência à inclusão de ativos como a Cemig e o pacote bilionário apresentado para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (Propag) depois da aprovação da PEC do Cala Boca.​

No áudio obtido pela reportagem, Cerqueira questiona o atraso da adesão mineira ao Propag e afirma que essa demora já resultou em prejuízos milionários para o estado, segundo especialistas. Ela critica a tentativa do governo Zema de justificar a privatização da Copasa usando o acordo do Propag, chamando o discurso de “falso”: “A privatização da Copasa é para atender interesses de grupos econômicos ligados ao governo, não para resolver problemas do Propag. Falta transparência e sobram interesses ocultos”, aponta a parlamentar.​

Beatriz Cerqueira, referência na defesa do serviço público e dos direitos trabalhistas em Minas, também destacou a ausência de informações claras sobre os valores dos imóveis e outros ativos listados pelo governo para entregar como garantia na negociação fiscal, alegando “falta de transparência total em todo o processo”. Segundo ela, ao invés de buscar diálogo com a sociedade, o governo estadual optou por restringir a fiscalização: “Colocou sigilo em documentos, impedindo inclusive o Legislativo de exercer seu papel fiscalizador”, denuncia a deputada.​​

A atuação de Cerqueira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais tem sido marcada por estratégias de mobilização e pela exigência de instrumentos de participação popular, como audiências públicas e a defesa do referendo popular para as privatizações. Ela afirma que retirar o direito de consulta direta à população sobre as estatais atenta contra a Constituição estadual e a democracia participativa, e pede “vigília permanente” dos movimentos sociais e parlamentares até a retirada das propostas de privatização.​​

Para Beatriz, a pressão popular será decisiva para impedir o avanço da agenda privatista: “É o povo mineiro que deve decidir sobre seu patrimônio, não pequenos grupos de interesse nem acordos de gabinete. Privatizar é colocar o lucro acima da vida”, conclui. O debate sobre o futuro das empresas públicas de Minas segue intenso, e a resistência de parlamentares e movimentos sociais promete ganhar fôlego diante das investidas do Palácio Tiradentes.

O Metropolitano

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