Empresário que matou gari em BH pode cumprir mais de 35 anos de prisão; esposa delegada pode fechar acordo com a Justiça

Denúncias do Ministério Público incluem homicídio qualificado, ameaça e porte ilegal de arma; investigação ainda apura participação da delegada

Fotos: Reprodução Redes Sociais – Arte RMC
Luciano Meira

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, em Belo Horizonte, durante uma confusão em uma rua da Região Oeste da capital mineira. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra Renê por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ameaça contra a motorista do caminhão de lixo e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, que pertence à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira. Caso seja condenado, Renê pode cumprir mais de 35 anos de prisão.

O crime e a investigação

Na manhã do dia 11 de agosto, uma breve confusão no trânsito envolvendo um caminhão de lixo e o carro de Renê deu origem ao assassinato. Irritado com a presença do caminhão, o empresário sacou uma arma e disparou contra Laudemir, que trabalhava na coleta de lixo, atingindo-o na região torácica. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Testemunhas relataram que Renê permaneceu calmo após o ato e chegou até a passear com os cachorros e ir para academia depois do crime, comportamento que chocou a comunidade.O inquérito concluiu que o crime foi cometido por motivo fútil e que o empresário tentou ocultar a arma verdadeira do crime, pedindo à esposa que entregasse outra arma à polícia para confundir a perícia. O exame de balística confirmou que a arma usada era de propriedade da delegada Ana Paula, que já foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo. A Corregedoria da Polícia Civil também investiga possível prevaricação dela no caso.

Esposa pode fechar acordo com a Justiça

Ana Paula Balbino Nogueira, delegada e esposa de Renê, foi denunciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação e porte ilegal de arma. Em razão disso, ela pode buscar um acordo com a Justiça para fechar o processo administrativo que enfrenta, de modo a evitar punições mais severas. A delegada segue em atividade, ainda que com armas apreendidas, e sua situação jurídica está sob análise.

Desdobramentos e expectativa da Justiça

O Ministério Público pediu que Renê seja julgado pelo Tribunal do Júri e reclamou indenização mínima de R$ 150 mil para a família da vítima por danos morais e materiais. O promotor espera que a decisão judicial sobre o caso seja concluída em até um ano, em meio à expectativa da sociedade por justiça diante de um crime que chocou pela violência e pelo contexto.

O caso continua sob investigação e monitoramento das autoridades, que seguem analisando provas, depoimentos e mensagens que indicam o conhecimento da delegada sobre o uso irregular da arma. A família da vítima e a sociedade aguardam que o processo alcance um desfecho rigoroso, garantindo a punição exemplar do autor do assassinato.

O Metropolitano

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