Casa Branca confirma sem exceções ou isenções, para todos os parceiros comerciais

Luciano Meira – Agências
A medida que havia sido anunciada em fevereiro, tarifando em 25% o aço e o alumínio de “todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”, entraram em vigor nesta quarta-feira (12).
O Brasil exporta produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, que são um dos principais itens exportados pelo Brasil aos EUA. As exportações de alumínio são substancialmente menores que as de aço.O Brasil foi o segundo maior exportador em volume de aço para os EUA em 2024, segundo dados do governo estadunidense, o Canadá foi o maior fornecedor de aço com 20,9% do total, seguido pelo Brasil 16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o México (11,1%). Em valores, o Brasil na terceira posição, ficando atrás do México recebendo US$ 2,66 bilhões, ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses.
Por outro lado, este volume representa quase a metade das exportações de aço do Brasil, uma fatia representativa da produção nacional agora colocada em risco pelas medidas de Donald Trump.
O governo Trump coloca o aço como um tema de segurança nacional dificultando a possibilidade de qualquer negociação da sobretaxa, porque na visão do republicano, as cotas de importação do produto do Brasil e outros países representam um risco para a segurança nacional americana, fazendo que a indústria siderúrgica do país opere abaixo de sua capacidade produtiva.
Para justificar a tarifa imposta ao aço brasileiro, sem nada de concreto que possa comprovar as suas alegações, Trump afirma que a China vende aço barato para países que têm acesso privilegiado aos EUA, e esses por sua vez, vendem sua produção para os EUA, o que na visão do republicano também contribui para o enfraquecimento da indústria de seu país.
O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, refuta o argumento, negando que hajam importações de grande volume de aço da China.
É a segunda vez o governo Trump aplica uma tarifa de 25% sobre o aço importado pelos EUA, além de reduzir as cotas de importação do aço brasileiro, mas em 2022, sob Joe Biden, foram revogadas as medidas restritivas.
Até agora ainda não está claro qual vantagem Trump terá com a imposição das tarifas aos produtos do Brasil, mas se observarmos pelo ponto de vista político-eleitoral, esta seria uma estratégia para manter sua promessa de campanha de reindustrializar o país.