Escândalo em Itaguara: pastor Lelei consagra azeite durante caravana a Israel e pede ofertas de R$ 153 mil

Luciano Meira

Um vídeo registrado durante uma caravana religiosa a Israel trouxe à tona o caso do pastor Harlley Christian, conhecido como Lelei, líder da Igreja Apostólica Amar é se Doar, sediada na cidade de Itaguara, Minas Gerais. Nas imagens, amplamente compartilhadas nas redes sociais, o pastor aparece consagrando três garrafas de azeite e declarando publicamente que esperava receber ofertas de R$153 mil por cada uma delas — valor chocante para qualquer contexto religioso.

Denúncia revela lista de práticas abusivas

A polêmica não ficou restrita ao vídeo. Segundo denúncia enviada por fonte anônima, Harlley Christian teria incorporado à rotina da igreja ações questionáveis para arrecadação de recursos. Entre as mais graves, estão relatos de:

Exigência de “décimo terceiro” como oferta obrigatória;

Recebimento de bens como lotes e carros de auxiliares;

Pressão explícita para que membros ofertassem valores elevados;

Monitoramento sistemático das redes sociais dos próprios fiéis;

Ausência de transparência na prestação de contas de recursos financeiros da igreja, inclusive após mudança do casal de líderes para Porto Seguro (BA) em 2021, onde teriam mantido despesas pagas pela instituição sem apresentar qualquer relatório formal.

Mudança de cidade, crise e fechamento de filiais

Em meados de 2021, Harlley Christian e sua esposa deixaram Itaguara rumo a Porto Seguro, alegando expansão do trabalho espiritual. Fontes relatam que, durante o período, o casal utilizou recursos da igreja para despesas pessoais, e o grupo passou por dificuldades financeiras crescentes. Com a crise, e após fechamento de filiais, o casal volta para Itaguara no fim de 2023, reativando a congregação matriz, hoje única em funcionamento.

Vídeo viraliza e causa indignação

O vídeo publicado no perfil (@falafarizeu) mostra a cerimônia de consagração das garrafas de azeite, com o valor declarado, gerando indignação entre internautas e na própria comunidade religiosa. Nas redes, fácil encontrar críticas abertas ao modelo de arrecadação e posturas de supremacia financeira promovidas pelo pastor, que se autoproclama portador de autoridade espiritual.

Repercussão local e apelos por investigação

O escândalo mobilizou fiéis do município e de cidades vizinhas, que passaram a questionar o uso dos recursos e a ética na administração da igreja. Algumas lideranças religiosas regionais defenderam a abertura de investigação formal para apuração das práticas, enxergando sinais claros de abuso de poder e manipulação da fé para benefício próprio. O caso expõe a fragilidade dos mecanismos de controle financeiro em algumas instituições religiosas, além do potencial de dano moral à comunidade.

Assita ao vídeo: