Ex-ministro Gilson Machado é preso por suspeita de facilitar fuga de Mauro Cid

Ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto
Luciano Meira

O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto, foi preso na manhã desta sexta-feira (13), em Recife, sob suspeita de tentar facilitar a fuga do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi confirmada pela Polícia Federal e faz parte de uma investigação conduzida em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo as investigações, Gilson Machado teria atuado para conseguir um passaporte português para Mauro Cid, com o objetivo de viabilizar sua saída do Brasil e, assim, impedir o avanço das investigações e a aplicação da lei penal. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, há “elementos sugestivos” de que a atuação do ex-ministro buscava viabilizar a evasão de Cid, especialmente diante da proximidade do encerramento da instrução processual da Ação Penal 2.688/DF, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e Mauro Cid.A PGR já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Gilson Machado, além da realização de buscas, apreensões e a quebra dos sigilos telefônico e de mensagens do ex-ministro. Os investigadores apontam fortes indícios de que Machado interferiu nas apurações sobre a tentativa de golpe de Estado, ampliando o foco das investigações para outros aliados do ex-presidente.

Gilson Machado deve ser encaminhado para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Recife. Até o momento, sua assessoria de comunicação ainda não se pronunciou oficialmente, mas informou que divulgará um posicionamento nas próximas horas.

As investigações seguem sob sigilo, e não foram divulgados detalhes sobre o cumprimento dos mandados ou as próximas etapas do inquérito.

“Essa atuação ocorreu possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu Mauro Cesar Barbosa Cid, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”, afirmou o procurador-geral Paulo Gonet.

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