Justiça mantém prisão de servidora acusada de desvio de armas

Magistrado de custódia reconheceu a legalidade da detenção de funcionária envolvida no sumiço de 220 armas da Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte

A servidora presa Vanessa de Lima Figueiredo – Fotos: Redes Sociais – Arte: RMC
Luciano Meira

A Justiça reconheceu a legalidade da prisão da servidora Vanessa de Lima Figueiredo, acusada de favorecer o desvio de 220 armas da 1ª Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte (BH). A decisão foi proferida nesta terça-feira, dia 11, durante a audiência de custódia, na qual o juiz Luis Fernando Nigro Correa determinou a manutenção da detenção da suspeita.

O magistrado avaliou a legalidade da prisão e a ausência de violação de direitos no cumprimento da medida. Ele também ordenou que a mulher, presa no domingo, dia 9, receba atendimento médico para avaliação da necessidade de medicamentos de uso contínuo, informados pela defesa. A defesa, por sua vez, solicitou a liberdade provisória, pedido que será analisado em nova audiência ainda sem data definida.A servidora é acusada por peculato, crime cometido por funcionário público que se apropria, desvia ou facilita o furto de bens ou valores sob sua posse em razão do cargo que ocupa. A pena para esse tipo de crime contra a administração pública pode variar de dois a doze anos de reclusão, além de multa.

O caso foi descoberto no início da semana anterior, quando uma das armas extraviadas da unidade policial foi apreendida em Contagem, na Região Metropolitana.

O inquérito policial em trâmite na Corregedoria-Geral da PCMG foi instaurado para apurar o possível crime de peculato em razão do extravio dos materiais da sala de acautelamento da 1ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, localizada no bairro Jardinópolis. Segundo informações apuradas, as armas desviadas, apreendidas ao longo dos últimos anos em operações na região, foram entregues a integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP), facção que domina o bairro vizinho Cabana do Pai Tomás.

O delegado Aloísio Daniel Fagundes, chefe da assessoria de comunicação da PCMG, informou que, após a Justiça expedir um mandado de prisão, a mulher foi detida em sua residência, no bairro Salgado Filho. Durante a operação, os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão, e os objetos apreendidos, como mídias e documentos, serão enviados para análise pela perícia técnica.

Ainda no curso das investigações, o delegado-geral Rômulo Guimarães Dias amenizou a situação em um primeiro momento, dizendo que “a princípio, trata-se de armas de baixo calibre, e algumas até obsoletas”.

A PCMG informou, em nota, que um procedimento de correição administrativa está em curso para a devida responsabilização das irregularidades constatadas. Foi noticiado, ainda, que a servidora teve dois pedidos de licença médica negados pela perícia da Polícia Civil no mês de outubro, antes de sua prisão.

O Metropolitano

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