Justiça solta “Dama do Crime” após prisão em Belo Horizonte

Suspeita de lavagem de dinheiro e articuladora da facção crimosa foi liberada horas após operação policial

Reprodução Redes Sociais
Luciano Meira

A empresária Anne Casaes, de 38 anos, conhecida como “Dama do Crime”, foi presa ontem em uma cobertura no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, durante uma operação policial que mirava um grande esquema de lavagem de dinheiro supostamente ligado ao Comando Vermelho. Segundo a Polícia Civil, Anne exercia papel estratégico e era apontada como principal interlocutora entre lideranças da facção em diferentes estados, coordenando fraudes bancárias e movimentações financeiras ilegais que permitiam ao grupo lavar dinheiro obtido com crimes como tráfico de drogas e golpes virtuais.

A ação fez parte da megaoperação Reversus, coordenada pela Polícia Civil do Mato Grosso, com apoio das polícias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que cumpriu 26 mandados de prisão e mais de 50 de busca e apreensão em pelo menos cinco estados.Anne Casaes, segundo as investigações, assumiu posição central na facção após a morte de seu marido, ex-líder do Comando Vermelho no Mato Grosso, em 2023. Ela também já havia sido presa anteriormente por crimes como associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Motivo da prisão

De acordo com os investigadores, Anne articulava ações criminosas interestaduais, movimentando recursos em contas bancárias de terceiros e atuando em nome da organização para simular a origem lícita dos valores. A polícia estima um prejuízo de ao menos R$ 800 mil em golpes bancários ligados ao grupo. Sua prisão aconteceu enquanto se recuperava de uma cirurgia plástica na capital mineira.

Motivo da soltura

Horas após ser detida, Anne foi liberada. A decisão judicial considerou o fato de ela ser mãe de uma criança de dois anos e estar acamada em decorrência da cirurgia. A defesa alegou ainda que ela não tem relação com os demais investigados e negou qualquer envolvimento com o esquema.

A resposta rápida do Judiciário gerou repercussão entre as autoridades, que destacam a importância da investigação para combater a estrutura financeira das facções. A Polícia Civil e o Ministério Público seguem apurando o caso e Anne poderá ser chamada a responder pelas acusações na justiça do Mato Grosso, onde tramita o inquérito sob segredo de Justiça.

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