Lula anuncia investimentos e mira sucessão em Minas durante visita a Contagem
Em agenda ao lado da prefeita Marília Campos, presidente reforça apoio a Rodrigo Pacheco e aposta em chapa “imbatível” para o governo do Estado
Luciano Meira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nesta sexta-feira (29) em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, para inspecionar obras de mobilidade urbana e anunciar novos investimentos federais na cidade. Em um momento de intensa movimentação política, Lula reforçou o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como seu favorito para liderar a disputa ao governo de Minas Gerais em 2026 e elogiou a gestão da prefeita Marília Campos (PT-MG), destacando a possibilidade de uma chapa conjunta considerada “imbatível”.
Compromissos em Contagem e anúncios do governo federal
Durante a passagem pela cidade, Lula vistoriou os trabalhos na avenida Prefeito Newton Cardoso — antiga avenida Maracanã —, parte do corredor viário que integra a mobilidade municipal à LMG-808 e vai reduzir o trânsito pelo centro histórico. Ao lado da prefeita Marília Campos, Lula anunciou obras viárias e destacou a destinação de R$ 1 bilhão para a expansão da Linha 1 do metrô de Belo Horizonte até Contagem, dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Além do pacote de mobilidade, o presidente antecipou mudanças em políticas sociais, como o lançamento do programa Gás do Povo, que vai substituir o atual Auxílio Gás e distribuir botijões diretamente a famílias em situação de vulnerabilidade. Em 2026, o investimento federal previsto ultrapassa R$ 5 bilhões, beneficiando mais de um milhão de famílias em Minas.
Rodrigo Pacheco: o nome de Lula para o governo
A visita teve forte tom eleitoral. Lula não escondeu sua preferência por Rodrigo Pacheco para suceder Romeu Zema (Novo) em 2026, reforçando que o senador representa “a figura política mais importante que Minas Gerais tem” atualmente. O presidente fez coro para uma definição rápida do aliado e sugeriu que, caso Marília Campos aceite ser vice na chapa com Pacheco, “seria uma dupla imbatível” para enfrentar a disputa estadual. Lula, contudo, afirmou não ter plano B caso o senador decline do projeto — o que abriria espaço para negociações entre os partidos progressistas do Estado.
Nas palavras do presidente, Pacheco tem “qualidade política inigualável” e foi decisivo para a manutenção do processo democrático à frente do Senado, além de contribuir para o acordo da dívida de Minas com a União. “Tenho certeza que vamos ganhar Minas com o Pacheco […] Se demorar, outros ganham força”, alertou Lula, que cobrou agilidade do senador na definição.
Marília Campos: obras e integração com o governo federal
Durante o evento, Marília Campos comemorou os investimentos federais e projetou um salto de qualidade na mobilidade urbana de toda a Grande BH. Ela destacou a construção de dez novas estações, além de terminais e a primeira etapa da avenida Newton Cardoso. Marília também defendeu avanços em obras de drenagem urbana para superar o histórico de enchentes em Contagem e pediu a revisão da Lei Kandir, tema caro à arrecadação estadual.
A relação entre a prefeita e Pacheco também foi evidenciada por agradecimentos públicos: Marília ressaltou o papel do senador na liberação de R$ 300 milhões para obras estruturantes na cidade, reforçando o alinhamento entre os atores centrais do projeto mineiro para 2026.
Contexto político e desafios econômicos
Lula aproveitou a presença em Minas Gerais para apresentar um panorama das ações de seu terceiro mandato. Disse que retornou ao Planalto com disposição redobrada para conduzir o Brasil entre as seis maiores economias do mundo, prometendo acelerar obras paradas e ampliar programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. Na avaliação do presidente, os investimentos em infraestrutura, integração dos transportes e ampliação de políticas sociais são cruciais para retomar o crescimento econômico com distribuição de renda.
A passagem de Lula por Contagem consolida sua estratégia de fortalecer o PT e aliados em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, e impulsionar a base para as eleições de 2026. A articulação em torno dos nomes de Pacheco e Marília, aliada a um programa robusto de obras e benefícios sociais, mostra o peso da agenda mineira nos planos do governo federal.
