Maria, José, Silva e Santos: Censo 2022 revela panorama dos nomes e sobrenomes mais populares do Brasil

Levantamento do IBGE mostra liderança de nomes tradicionais e evidencia traços da formação cultural brasileira

Reprodução Redes Sociais
Luciano Meira

O Brasil segue sendo um país de Marias, Josés, Silvas e Santos. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os nomes e sobrenomes mais comuns do país destacam-se pela forte tradição histórica e pela representatividade da diversidade étnica nacional. Maria, por exemplo, aparece em cerca de 12,2 milhões de registros de brasileiras, enquanto Silva, com 34 milhões de ocorrências, permanece no topo do ranking dos sobrenomes, presente em aproximadamente 17% da população.​

Tradição e regionalismo entre os nomes

Os dados revelam que seis em cada cem brasileiros se chamam Maria, consolidando o nome feminino como o mais frequente e tradicional no país. Nas cidades cearenses de Morrinhos e Bela Cruz, esse percentual chega a 22%, mostrando o peso da tradição religiosa e histórica em diferentes regiões do Brasil. Ana, Francisca, Júlia, Antonia e Juliana completam a lista dos nomes femininos mais populares, refletindo escolhas atemporais em batismos de diversas gerações.​Entre os homens, José lidera com 5,1 milhões de registros, seguido de perto por João, Antônio e Francisco. Nomes como Lucas, Luiz e Paulo figuram na sequência, indicando certa estabilidade nas preferências ao longo das décadas. São nomes com raízes cristãs ou bíblicas que atravessam gerações e fronteiras regionais no país.​

Sobrenomes refletem história e mestiçagem

Uma das novidades deste Censo é a apresentação detalhada do ranking dos sobrenomes mais populares do Brasil. Silva domina amplamente, sendo o sobrenome de 34 milhões de brasileiros, principalmente em cidades de Pernambuco e Alagoas, onde ultrapassa 60% da população. Santos vem logo em segundo, com 21,3 milhões de registros, seguido por Oliveira, Souza, Pereira, Ferreira e Lima.​

A prevalência de sobrenomes de origem ibérica, como Silva, Santos, Oliveira e Souza, é reflexo do passado colonial português e das ondas migratórias que ajudaram a compor a identidade do país. Segundo o IBGE, o sobrenome Silva tem origem no latim, remetendo a “floresta”, e se popularizou entre populações de áreas com vegetação abundante. Já Santos teria ligação com nascimentos próximos ao Dia de Todos os Santos ou com conversões religiosas durante a colonização.​

Tendências e curiosidades do cadastro civil

O levantamento mostra o impacto da demografia e da cultura na escolha dos nomes. O auge dos registros de Maria ocorreu na década de 1960, enquanto nomes como Gael, Ravi e Valentina ganharam destaque a partir dos últimos anos, demonstrando a influência de modismos e referências midiáticas contemporâneas. O banco de nomes do IBGE, com mais de 140 mil nomes e 200 mil sobrenomes listados, permite consultas detalhadas por estado, município e faixa etária, ampliando o alcance do estudo sobre a identidade civil brasileira.​

Veja os nomes e sobrenomes mais comuns do Brasil

Nome FemininoTotal de RegistrosNome MasculinoTotal de RegistrosSobrenomeTotal de Registros
Maria12224470José5141822Silva34030104
Ana3929951João3410873Santos21367475
Francisca661582Antônio2231019Oliveira11708947
Julia646239Francisco1659196Souza9197158
Antonia552951Pedro1613671Pereira6888212
Juliana536687Carlos1468116Ferreira6226228
Adriana533801Lucas1332182Lima6094630
Fernanda520705Luiz1326222Alves5756825
Márcia520013Paulo1326222Rodrigues5428540
Patrícia499140Gabriel1201030Costa4861083

Consulta e aprofundamento

A ferramenta interativa “Nomes no Brasil”, lançada pelo IBGE, permite que qualquer pessoa consulte gratuitamente a incidência e evolução histórica dos nomes e sobrenomes, detalhando inclusive sua distribuição geográfica. Ela consolida um retrato fiel da tradição, além de revelar as novas tendências que despontam no registro civil brasileiro.​

Esse panorama evidencia a importância dos nomes e sobrenomes não apenas como marca individual, mas como parte fundamental da construção da história coletivaetiva nacional.

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