Nem Malafaia te quer: Zema tenta esconder desafeto na Paulista
Governador de Minas tenta pacificar tensões internas da direita em ato bolsonarista no 7 de Setembro
Luciano Meira
Durante a manifestação bolsonarista na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (7), o pastor Silas Malafaia criticou duramente nomes que buscam se apresentar como alternativas à pré-candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para 2026. Entre as alfinetadas, críticas veladas atingiram o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que não discursou no evento, mas foi alvo indireto das cobranças do pastor. Nesta segunda-feira (8), em coletiva após inauguração de unidade em Nova Lima (MG), Zema amenizou as falas de Malafaia, afirmando que o pastor teria se retratado e destacando a importância da unidade da direita.
No ato, Malafaia afirmou que “nenhum filho de Bolsonaro nem ninguém da direita tem que dizer ‘se Bolsonaro não for candidato, estou aqui’. Isso é imaturidade política”. A fala ecoou entre manifestantes que defendem a candidatura única de Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente cumprindo prisão domiciliar e a pré-campanha ainda indefinida. Zema ressaltou que suas posições sempre buscaram a pacificação e que defende a anistia política para aliados que enfrentam processos judiciais, em clara crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar da tensão no palanque, o governador mineiro manteve postura conciliadora e lembrou que a multiplicidade de candidatos na direita pode ser até benéfica para o campo político, minimizando o desgaste causado pelo discurso rígido de Malafaia. “O pastor não estava acompanhando meu posicionamento, que é de pacificação e combate à perseguição política no país”, disse Zema, ratificando seu apoio a Bolsonaro e sua pré-candidatura presidencial para 2026.
O ato reuniu ainda o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras lideranças bolsonaristas, reforçando o apoio à anistia aos condenados na trama golpista, além das críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro. A manifestação neste 7 de Setembro foi marcada por forte presença evangélica e por símbolos como a bandeira dos Estados Unidos, exibida pelos manifestantes como sinal de apoio político.
