Scania reforça a aposta na eficiência energética para a Fenatran 2024, com novidades para as linhas semipesada e pesada – inclusive o inédito cavalo-mecânico elétrico 30 G 4×2
Da redação
De janeiro a setembro deste ano, a Scania chegou a 14.048 caminhões comercializados no Brasil e foi a marca que mais cresceu em relação ao mesmo período de 2023, tanto no segmento acima de 16 toneladas (70,5%) quanto na categoria dos pesados (68,5%). Atualmente, no ranking dos dez caminhões mais emplacados da Fenabrave, a marca sueca é a única a ter quatro modelos: os pesados R 450 Plus, R 460, R 540 Plus e 560 R Super. Outro destaque vem do portfólio de combustíveis alternativos – em 2024, a Scania já vendeu 400 veículos movidos a gás e biodiesel, liderando este segmento no Brasil. Para celebrar a boa fase, a fabricante antecipou alguns dos novos caminhões que estarão no seu estande na Fenatran 2024, que será realizada de 4 a 8 de novembro na capital paulista. Estão confirmados o elétrico 30 G 4×2 (o primeiro da marca no Brasil), os pesados G 460 6×2 (movido a gás/biometano), 500 RH 6×4 Super B100 (100% biodiesel) e os semipesados P 280 6×2 (7,0 litros) e P 280 6×4 XT (Light Construction). A Scania anuncia também a incorporação de novos itens de série à linha rodoviária, incluindo airbags laterais de cortina. Os sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS) terão novas funções e aperfeiçoamentos das já existentes.
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O portfólio, que já conta com a eficiência energética apurada das motorizações a diesel Super e dos modelos movidos a biometano, gás natural comprimido (GNC) ou liquefeito (GNL) e biodiesel (B100), ganha nova opção com o lançamento do seu primeiro caminhão elétrico, com um eixo R780 que oferece capacidade máxima de tração (CMT) de 66 toneladas. Terceira geração de BEV (veículo elétrico a bateria) da Scania, o cavalo-mecânico 30 G 4×2 será importado da Suécia, com entregas previstas a partir de janeiro de 2026. Posicionado entre as longarinas do chassi do caminhão, o motor EMC1-4 desenvolve torque de 117 kgfm, com 300 kW (408 cavalos) de potência. O motor elétrico trabalha acoplado a uma transmissão automática de 4 marchas, que tem a função de otimizar a utilização das baterias e ampliar a autonomia. “Sabemos que a jornada da eletrificação tem pela frente etapas importantes de desenvolvimento em várias áreas, especialmente em infraestrutura, por isso, acreditamos na multimodalidade com várias matrizes energéticas alternativas ao diesel. E essa multimodalidade passa pelo gás, pelo biodiesel e pelo elétrico”, afirma Simone Montagna, presidente e CEO da Scania Operações Comerciais Brasil.
Com vocação urbana e regional, o Scania 30 G será comercializado na Fenatran por R$ 2,5 milhões – cerca de duas vezes e meia o preço de R$ 1 milhão cobrado por um caminhão pesado a diesel de capacidade similar. Poderá ser equipado com dois pacotes de baterias de NMC (lítio-níquel-manganês-cobalto) de 208 kWh cada, totalizando 416 kWh, dos quais, 312 kWh são utilizáveis. A autonomia é de aproximadamente 250 quilômetros. Um diferencial está no fato de que as baterias serão modulares, facilitando a distribuição de carga pelo caminhão. O 30 G tem um carregador CCS2, que suporta até 375 kW e 500 A, e capacidade de estar com carga total em cerca de 50 minutos. “Neste momento, a nossa visão é que o elétrico atenda às distâncias urbanas e regionais de até 250 quilômetros no hub a hub logístico (produtos mais perecíveis) e na última etapa da entrega da carga (‘last mile’). Já o gás natural e o biometano sejam usados nas rotas de 200 a 600 quilômetros (médias distâncias) e o diesel, o GNL e o biodiesel – fomos os pioneiros a ter o caminhão com B100 – sejam utilizados nos trajetos de longas distâncias, acima de 600 quilômetros”, explica Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil.
Em 2018, a Scania lançou no Brasil seus caminhões movidos a gás natural (comprimido), liquefeito (GNL) e/ou biometano – que pode ser gerado a partir de vinhaça, palha e resíduos do processamento da cana-de-açúcar. Atualmente, há cobertura de gás – os chamados “corredores azuis” – por praticamente todo o litoral brasileiro, e a rede de postos está se expandindo para o interior do país e o Centro-Oeste. E o novo G 460 6×2 permitirá atender a todos os segmentos do agro e criar nichos ainda não explorados por caminhões a gás. Na versão GH 460, com cabine alta Highline, chamam a atenção dois novos cilindros de gás, posicionados atrás da cabine, que a engenharia da Scania apelidou de “conceito mochilão”. Com os dois cilindros adicionais, o modelo poderá percorrer até 650 quilômetros. O GH 460 pode ser configurado nas configurações 4×2, 6×2 e 6×4. O motor de 13,0 litros desenvolve torque de 234,5 kgfm de mil a 1.300 rpm. O entre-eixos é reduzido a 3,60 metros, que permite o acoplamento a semirreboques de até 15,40 metros, costumeiramente chamados de “carretas 30-pallets”, além de aumento na capacidade de gás para até 300 metros cúbicos.
Também para atender à demanda por transporte mais sustentável, a Scania tem opções com o motor a diesel Super movidas a 100% de biodiesel puro (B100). São duas variantes: 500 cavalos com 270 kgfm para o modelo 6×4, recomendado para composições de nove eixos, rodotrem e bitrem, e 460 cavalos com 255 kgfm para o modelo 6×2. Com o uso do biodiesel, a redução chega a 77% nas emissões de CO2, do poço à roda. Na Fenatran, o modelo B100 exposto será o 500 RH 6×4 Super B100. Os motores foram desenvolvidos e homologados para operar com biodiesel, e todo o sistema, incluindo vedações e elastômeros, foi redesenhado para garantir compatibilidade e durabilidade. O sistema de pós-tratamento foi ajustado ainda para atender aos níveis de emissões exigidos para o uso de biodiesel.
Os semipesados Scania equipados com a cabine P, indicada para operações urbana e regional, já consolidados na configuração 8×2, ganharam novas trações, de 4×2 e de 6×2. Equipado com motor diesel de 7,0 litros e seis cilindros em linha, é disponível em duas potências: 250 cavalos com torque de 112,1 kgfm (4×2) e 280 cavalos com torque de 122,3 kgfm (4×2 e 6×2). Com os maiores torques da categoria, o motor ficou mais leve e econômico. A transmissão G25 automatizada com 14 marchas, mais Overdrive, permite aproveitar melhor a inércia, resultando em economia de combustível. O P 280 6×2 conta com suspensão a ar na traseira, possibilitando ajuste da altura do baú em relação à doca para facilitar o carregamento e descarregamento de mercadorias.
A outra novidade dos semipesados é o P 280 6×4 XT, de 7,0 litros, como seu mais novo veículo na faixa de entrada no segmento fora-de-estrada. O P 280 6×4 XT é vocacionado para atender às aplicações mais leves do setor da construção civil no trabalho como caçamba de 14 metros cúbicos, munck (também conhecido como guindauto), caçamba roll-on e roll-out (o chamado sistema hidráulico tipo gancho) e bomba de concreto. Seu PBT técnico de 28,5 toneladas é o maior da categoria e sua capacidade máxima de tração (CMT) chega a 150 toneladas. O chassi reforçado com longarinas duplas assegura a robustez necessária para operações mais pesadas, se necessárias, nos canteiros de obras. O P 280 6×4 XT tem capacidade de 28,5 toneladas de peso bruto total (PBT) técnico. O pacote XT proporciona maior robustez para operações fora-de-estrada e inclui grades no farol, retrovisores reforçados e um para-choque de aço de 180 milímetros. A caixa de transmissão é a G25, a mesma utilizada no modelo 460 R Super, de 14 marchas automatizadas, sendo uma Overdrive e uma super-reduzida com relação de 20.8:1, ideal para situações extremas como terrenos instáveis ou arenosos e atoleiros.