Bernardino Batista dos Santos, é acusado de abusar de dezenas de crianças e adolescentes
Luciano Meira – Agências
O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, foi solto por um Habeas Corpus nesta quinta-feira (28), após ficar preso por 36 dias. Ele é acusado de dezenas de crimes sexuais contra crianças e adolescentes em Minas Gerais.
Em 23 de outubro, o ex-padre foi preso em Juatuba, na Grande BH, pela Polícia Civil, agora ele será monitorado em casa, depois que a decisão judicial revogou a prisão preventiva e determinou o uso de tornozeleira eletrônica.
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O acusado ainda terá que seguir algumas medidas cautelares, como comparecer em juízo a cada 30 dias e manter distanciamento das vítimas e testemunhas envolvidas no processo em que é réu.
Bernardino Batista dos Santos é acusado de diversos crimes contra crianças de 3 a 11 anos entre 1999 e 2001. A denúncia que levou à abertura do inquérito policial em 2021, no entanto, refere-se a uma menina que relatou um caso durante uma excursão para um sítio em Tiros, na Região do Alto Paranaíba, em 2016.
A menina contou o ocorrido à mãe, e outras testemunhas que também presenciaram o choro desesperado da criança depois do crime. O ex-padre sempre negou.
Há mais relatos de outros episódios ocorridos no mesmo sítio, no início dos anos 2000 quando o ex-padre era diretor da escola infantil e pároco da Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Santa Luzia, no bairro Paraíso, na Região Leste de Belo Horizonte.
Ainda em 2021, uma investigação foi aberta pela Arquidiocese de Belo Horizonte. A comissão de proteção a menores fez o acolhimento e escuta das denunciantes.
Na ocasião foi instituído processo penal pelo Tribunal Eclesiástico, que após se encerrado foi encaminhado à Roma que confirmou a decisão da Diocese de afastar definitivamente o padre.
Apesar disso, no Catálogo Arquidiocesano publicado em janeiro de 2024, o acusado aparecia como Capelão da Penitenciária Feminina no bairro Horto, na Região Leste de BH.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) marcou uma audiência pública, da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, para a próxima sexta-feira (6), para discutir as dezenas de denúncias de crime sexual contra o ex-padre.
Os deputados usarão a audiência para analisar como o caso está sendo tratado pela Justiça, pela segurança pública e pela Arquidiocese. Representantes da Igreja Católica foram convidados e os deputados aguardam que compareçam.
O processo segue tramitando na Justiça e o ex-padre seguirá aguardando a decisão final em liberdade.