Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, está em bunker em Israel durante ataques ao Irã

Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil) – Reprodução Redes Sociais
Luciano Meira

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), encontra-se em Israel neste momento crítico em que o Estado judeu realiza ataques aéreos contra o Irã, numa escalada militar que eleva o risco de um conflito de grandes proporções, inclusive com potencial envolvimento de armamentos nucleares ou vazamentos de material radioativo.

Álvaro Damião viajou a convite do governo israelense para conhecer tecnologias de defesa e segurança pública. Ele integra uma comitiva de cerca de 25 brasileiros, incluindo outros prefeitos, que participam de uma missão oficial no país do Oriente Médio. Na madrugada desta sexta-feira (13), após o início dos bombardeios israelenses contra alvos ligados ao programa nuclear iraniano, Damião precisou se abrigar em um bunker devido ao acionamento das sirenes de alerta para ataques aéreos. Segundo relato do próprio prefeito, o abrigo subterrâneo conta com paredes de concreto armado e oferece proteção reforçada, sendo uma estrutura comum em prédios, hospitais e universidades israelenses.O prefeito afirmou que todos os integrantes da comitiva estão em segurança, mas aguardam orientações do governo israelense para planejar o retorno ao Brasil, que deve ocorrer assim que houver autorização para viagens aéreas — o espaço aéreo de Israel foi fechado por tempo indeterminado como medida de segurança.

Escalada entre Israel e Irã

A ofensiva israelense ocorre após semanas de tensão crescente, alimentada pelo anúncio do Irã de que ampliaria significativamente a produção de urânio enriquecido, o que foi interpretado por Israel como uma ameaça iminente de proliferação nuclear. O ataque aéreo israelense, descrito como “preventivo”, teve como alvo instalações militares e nucleares iranianas, numa tentativa de neutralizar o avanço do programa nuclear do país persa.

O governo israelense justificou a ação alegando que o Irã estaria a poucos dias de obter material suficiente para fabricar várias bombas nucleares, o que representaria uma ameaça existencial a Israel e um risco global. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o objetivo é eliminar a ameaça nuclear iraniana e enfraquecer sua capacidade militar. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, decretou estado de emergência nacional e alertou a população para possíveis retaliações iranianas, incluindo ataques com mísseis e drones.

Preocupação com armamentos nucleares

A operação militar e a retórica de ambos os lados aumentam o temor de que o conflito possa se ampliar rapidamente, envolvendo outros países do Oriente Médio e, potencialmente, potências globais. O uso de armamentos nucleares ou o vazamento de material radioativo não está descartado, dada a natureza dos alvos atingidos e as ameaças mútuas de retaliação. O fechamento de espaços aéreos, suspensão de atividades civis e o acionamento de sirenes de alerta em Israel ilustram o grau de tensão e o risco de escalada para um conflito de grandes proporções, com impacto mundial.

Repercussão em Belo Horizonte

A viagem do prefeito a Israel, que já era alvo de críticas de setores progressistas em Belo Horizonte devido ao contexto do conflito israelense-palestino, ganhou novos contornos diante da crise internacional. Vereadores da esquerda e movimentos sociais organizaram protestos e divulgaram notas de repúdio, questionando o alinhamento da administração municipal com políticas de segurança israelenses e a pertinência da visita em meio a um cenário de guerra.

Enquanto isso, a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte assumiu interinamente o comando do Executivo municipal até o retorno de Damião ao Brasil.

A situação permanece instável, com as autoridades israelenses e iranianas monitorando os desdobramentos e o mundo atento ao risco de uma escalada sem precedentes no Oriente Médio. O prefeito Álvaro Damião e a comitiva brasileira aguardam orientações para garantir um retorno seguro diante do agravamento do conflito.

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