Primavera menina

Síria Malta

Primavera que se avista
Da janela do terreiro
Florindo campinas
Colorindo canteiros.
Chuva de flores que desaba do céu
Nuvens caprichosas de ipês
Que balançam em um carrossel.

Por mimosa açucena
Um beija-flor se encantou.
Embriagado por seu perfume
Apaixonou-se por bela flor.

Perdido e sem juízo,
A sua paixão se declarou
Preterido, não correspondido
Desprezado, morreu de amor.

Dramas e tramas alheias
Que povoam meu jardim
Velha primavera exaltada
Nos assovios de um bem- te- vi.

Primavera, saudosa menina
Que vive dentro de mim.
Despertando sentimentos doces
Cheirosos como os jasmins.

Ai se pudesse tocar-te
Aprisionar-te dentro de mim
Meu coração viveria em festa
Felicidade que não tem fim.

Síria Malta

Professora e mãe de menina. Sempre apaixonada pelas leituras, tenho nítido na memória uma época em que, descalça, escalava as íngremes escadas daquela que foi a primeira biblioteca de Itaguara. Lugar que me ajudou a construir a pessoa na qual me transformei. Pena que esse hábito de leitura perco-o pouco a pouco na mesma medida em que o olhar já não é capaz de reconhecer à riqueza de seu significado.
Botão Voltar ao topo