Venezuelano foragido da Justiça é preso após ficar internado por quase 90 dias na Santa Casa de Itaguara
Acusado de latrocínio em seu país, foragido foi levado para o hospital onde recebeu tratamento e permaneceu até que a Polícia Civil descobrisse sua verdadeira identidade

Luciano Meira
Um venezuelano, de 31 anos, procurado pela Justiça de seu país por latrocínio, foi preso pela Polícia Civil na noite de quinta-feira, 12 de junho, em Itaguara, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A prisão ocorreu após o homem dar entrada na Santa Casa de Itaguara devido a um acidente de trânsito em março deste ano.
O marginal é investigado por latrocínio, cometido por motivo fútil e torpe, durante a execução de um roubo em seu país de origem. As autoridades venezuelanas haviam emitido um pedido de extradição por seu envolvimento em “crimes considerados graves”.Segundo as fontes, o homem deu entrada no hospital em 15 de março de 2025, após o acidente, sem apresentar nenhum documento de identificação e em estado de saúde debilitado. No hospital ele recebeu tratamento, doação de roupas e material de higiene pessoal, os funcionários se mobilizaram para tentar identificar o homem postando fotos em redes sociais, sem sucesso. A situação levou a Polícia Civil a iniciar uma investigação para identificá-lo.

A primeira tentativa de identificação foi realizada com a coleta de impressões digitais, enviadas ao Instituto de Identificação da Polícia Civil de Minas Gerais. No entanto, não houve correspondência com registros estaduais. Os dados foram então encaminhados ao setor de identificação da Polícia Federal (PF), que conseguiu confirmar a identidade do homem e a existência do pedido de extradição feito pela Venezuela.
Com o apoio do Núcleo de Cooperação Internacional da Interpol em Minas Gerais e da Polícia Federal, a Polícia Civil obteve um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem judicial foi cumprida assim que o venezuelano recebeu alta hospitalar.
O homem foi levado para uma unidade do sistema prisional, onde permanece detido, aguardando a extradição. A delegada de Itaguara, Anagreici Manfrin Pretto, destacou que “tal ação reforça o compromisso da Polícia Civil no combate aos crimes graves, bem como a atuação conjunta com as autoridades estrangeiras para viabilizar a extradição e assegurar a responsabilização penal”.