Moraes manda prender envolvidos em atentado a bomba no Aeroporto de Brasília e reforça vínculo com movimento golpista de Bolsonaro
Decisão do STF aponta ligação direta entre os condenados e os atos extremistas que tentaram abalar a democracia após as eleições de 2022

Luciano Meira
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva dos três homens condenados pela tentativa de explosão de um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. A decisão, assinada nesta semana, atinge George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza, que já haviam sido condenados pela Justiça do Distrito Federal por crimes como explosão, incêndio e posse ilegal de arma de fogo.Ao justificar a medida, Moraes destacou que a tentativa de atentado está diretamente ligada à série de ações golpistas promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo os ataques de 8 de janeiro de 2023. Segundo o ministro, os acusados agiram para criar um clima de terror e instabilidade, com o objetivo de incentivar a ruptura da ordem democrática e impor um estado de sítio no país.
A Polícia Federal já havia apontado que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo Bolsonaro criou o ambiente propício para o atentado, que foi planejado a partir de acampamentos bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Um dos envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa, declarou ser apoiador de Bolsonaro e afirmou que preparava ações violentas para aguardar o “acionamento das Forças Armadas” e “derrubar o comunismo”.
Além das condenações já impostas, os três acusados também respondem a denúncias por crimes como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança de transporte aéreo. O objetivo do ataque, segundo depoimentos, era explodir parte das instalações elétricas da capital federal, provocando caos e justificando medidas de exceção.
A decisão de Moraes reforça que o atentado ao aeroporto não foi um ato isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla do movimento golpista ligado a Jair Bolsonaro para tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e subverter a democracia brasileira.