Fôlego para o Simples Nacional: governo adia recolhimento para empresas impactadas pelo tarifaço

Medida adia em dois meses o pagamento de tributos para micro e pequenas empresas afetadas pelas tarifas internacionais que elevam custos de exportação

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Luciano Meira

O governo federal anunciou nesta quarta-feira o adiamento por dois meses do recolhimento do Simples Nacional para empresas impactadas pelo chamado “tarifaço” — nome dado ao conjunto de sobretaxas impostas recentemente por mercados internacionais, em especial os Estados Unidos, a certos produtos brasileiros. O novo prazo vale para os tributos apurados em setembro e outubro, que deverão ser pagos apenas em novembro e dezembro, beneficiando especialmente companhias cujas exportações diretas para os EUA representem mais de 5% do faturamento.

O que é o tarifaço?

O termo “tarifaço” designa o pacote de aumentos de tarifas alfandegárias e impostos adotados por países parceiros, sobretudo os Estados Unidos, como resposta a questões comerciais e políticas recentes. A medida elevou os custos para exportadores brasileiros em setores como aço, alumínio, têxteis e agroindústria, afetando diretamente a competitividade de micro e pequenas empresas engajadas no comércio exterior.

O tarifaço faz parte de uma onda global de protecionismo e foi agravado por tensões diplomáticas entre governos, que justificam as novas taxas como forma de proteger a indústria local. Na prática, muitos negociantes viram suas margens de lucro reduzidas e enfrentaram queda acentuada nas vendas externas.

Como funciona o adiamento do Simples Nacional

O adiamento anunciado pelo governo envolve o Simples Nacional, regime tributário simplificado destinado a microempresas e empresas de pequeno porte. A postergação é uma tentativa de mitigar problemas de caixa gerados pela queda no faturamento das exportações e pelo aumento dos custos operacionais. O plano prevê que, para as competências de setembro e outubro de 2025, o pagamento dos tributos federais, estaduais e municipais será feito apenas nos dois meses subsequentes.Com essa iniciativa, espera-se evitar o fechamento de pequenos negócios, preservar empregos e dar tempo para ajustes financeiros diante do cenário internacional imprevisível. Além disso, o governo discute com representantes setoriais a elaboração de novas linhas de crédito e medidas de apoio à internacionalização das empresas afetadas.

O Metropolitano

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