Governo Trump pode fechar missões diplomáticas em Belo Horizonte e outras cidades pelo mundo

Escritório da Embaixada dos EUA em Belo Horizonte | Reprodução/ Google Street View
Luciano Meira – Agências

Autoridades estadunidenses informaram nesta sexta-feira (7) que o Departamento de Estado dos Estados Unidos está se preparando para fechar, nos próximos meses, quase uma dúzia de representações diplomáticas pelo mundo, incluindo em Belo Horizonte, com objetivo de reduzir sua força de trabalho globalmente.

O Departamento de Estado também está estudando transformar através de fusão, em apenas alguns, seus vários escritórios especializados em sua sede em Washington, que atuam nas áreas de direitos humanos, refugiados, justiça criminal global, questões femininas e esforços para combater o tráfico humano.No mês passado, foi noticiado que as missões dos EUA em todo o mundo deveriam começar a fazer estudos para reduzir em pelo menos 10% o número de funcionários norte-americanos e locais. Ideia que partiu de Trump e o bilionário Elon Musk no esforço de corte de custos sem precedentes em toda a força de trabalho federal dos EUA.

Trump quer garantir que a máquina estatal esteja totalmente alinhada com sua agenda “America First“, chegando ao ponto de emitir um decreto para reformular o serviço de relações exteriores dos EUA a fim de garantir a implementação “fiel e eficaz” de sua agenda de política externa.Durante sua campanha eleitoral, ele prometeu repetidamente “Limpar o Estado profundo”, é uma das promessas de campanha de Trump, ainda que não se saiba exatamente o que isso quer dizer, sua ideia é demitir burocratas que ele considere desleais.

Especialistas em diplomacia afirmam que tais ações podem deixar um vácuo perigoso para adversários como a China e a Rússia preencherem. Os cortes na presença diplomática dos EUA, juntamente com o desmantelamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que forneceu bilhões de dólares em ajuda globalmente, podem minar a liderança norte-americana.

Trump e Musk, sem apresentarem dados concretos, afirmam que o governo dos EUA é grande demais e que a ajuda internacional financiada pelo contribuinte norte-americano tem sido gasta de forma esbanjadora e fraudulenta.

Entre os consulados que o Departamento de Estado está considerando fechar estão: Leipzig, Hamburgo e Dusseldorf, na Alemanha; Bordeaux, Rennes, Lyon e Estrasburgo, na França; e Florença, na Itália, mas ainda nada é definitivo. O consulado de Belo Horizonte também está lista.

Deputados Democratas dizem que alguns desses escritórios são tão pequenos que a economia resultante do corte é bastante insignificante, e se encaixa no tema dos cortes performáticos e arbitrários do governo, sem qualquer método ou estratégia.

O Departamento de Estado americano opera em mais de 270 missões diplomáticas em todo o mundo, com uma força de trabalho total de quase 70.000 pessoas, de acordo com seu site. Cerca de 45.000 são funcionários empregados localmente, 13.000 são membros do serviço estrangeiro e 11.000 são funcionários do serviço público.

Após o congelamento de quase toda a ajuda externa dos EUA por Trump, milhares de funcionários e prestadores de serviços da Usaid foram demitidos ou colocados em licença, e bilhões de dólares em ajuda humanitária para salvar vidas foram cortados.