Governo Zema nega reajuste das forças de segurança e categoria anuncia novo protesto em BH

Executivo mineiro alega limitação fiscal e frustra expectativa de recomposição salarial; servidores da segurança denunciam defasagem e marcam ato para o dia 28

Luiz Claudio Fernandes Lourenço Gomes, Secretário de Estado de Fazenda Foto: Luiz Santana/ALMG
Luciano Meira

O governo de Minas Gerais, liderado por Romeu Zema (Novo), voltou a negar qualquer possibilidade de reajuste salarial para as forças de segurança pública em 2025, aumentando a tensão com policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. A recusa foi reafirmada durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (13) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em meio a cobranças sindicais e com a marcação de mais um grande ato de protesto na capital para o fim deste mês.

Limite fiscal é principal argumento; servidores apontam perdas acumuladas

Segundo o Secretário de Estado da Fazenda, Luiz Claudio Gomes, Minas Gerais mantém folha de pagamentos próxima ao teto fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com gastos atingindo 48,53% da receita corrente líquida — o máximo permitido é 49%. O secretário frisou que, diante desse cenário fiscal, não há condições para implementar qualquer recomposição nos salários do funcionalismo, incluindo as forças de segurança, enquanto perdurar o quadro atual das finanças estaduais.​Representantes das categorias, no entanto, contestam a justificativa do Executivo. Cálculos do setor apontam para uma defasagem salarial de 44,79%, já que a inflação do período (2015 a 2024) foi de 74,89%, enquanto reajustes concedidos totalizaram apenas 30,1%. Para lideranças como Wemerson Silva, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), a decisão do governo aprofunda o quadro de adoecimento da tropa e compromete a segurança da população. Os servidores cobram o cumprimento do artigo constitucional estadual que prevê reajuste anual com base na inflação, além de diálogo direto com a administração, que afirmam não ter ocorrido.​

Atos e mobilização aumentam pressão sobre o governo

Frustrados com o silêncio oficial e alegando falta de valorização, policiais anunciaram um novo protesto para o próximo dia 28 de outubro, na praça Carlos Chagas, em Belo Horizonte. Sindicatos e associações prometem mobilização de todas as forças de segurança do estado. A pauta inclui ainda outras reivindicações, como recomposição de efetivo, condições de trabalho e políticas de saúde para a categoria, que relatou aumento nos casos de exaustão e adoecimento em razão do excesso de demandas e baixos salários.​

O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, destacou durante a audiência o abismo entre as promessas feitas pelo governo e a realidade dos servidores. Ele também lembrou que, enquanto apenas a folha da educação atingiu reajustes ligados ao piso nacional, os demais segmentos do serviço público estadual permanecem sem avanços.​

A negativa do governo ocorre num cenário de desgaste crescente, após anos de ajustes e contenções na máquina pública estadual. Em junho de 2024, o último reajuste aprovado pela Assembleia foi de 4,62% para servidores civis e militares, porcentual considerado insuficiente pela categoria frente ao acúmulo de perdas. Com isso, a pauta salarial das forças de segurança mineiras promete continuar no centro do debate político estadual e a tensão entre governo e servidores tende a se acirrar nas próximas semanas.# Governo Zema volta a negar reajuste a forças de segurança, que marcam protesto em BH​

Executivo mineiro sustenta limitação fiscal e servidores reagem com novo ato; defasagem salarial e condições de trabalho ampliam impasse entre categoria e governo

O Governo de Minas Gerais, sob a gestão de Romeu Zema (Novo), reafirmou nesta segunda-feira (13) que não irá conceder reajuste salarial às forças de segurança pública em 2025, mantendo o impasse com policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários do estado. A recusa oficial foi detalhada em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), acirrando o clima de insatisfação da categoria e motivando um protesto já agendado para 28 de outubro na praça Carlos Chagas, em Belo Horizonte.

Argumento fiscal é mantido, categoria rebate defasagem

O secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Gomes, usou como principal argumento o limite com gastos de pessoal, que alcançou 48,53% da receita corrente líquida—próximo ao teto de 49% estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. O gestor alegou que, diante desse cenário, não há margem para recomposição dos salários do funcionalismo, incluindo as forças de segurança.​

Os representantes sindicais, porém, contestam duramente a explicação do Executivo. Segundo cálculos apresentados, a defasagem salarial atinge 44,79% acumulados desde 2015, enquanto o reajuste obtido no período somou apenas 30,1% frente a uma inflação de 74,89%. Entidades denunciam ainda alta do nível de adoecimento na tropa, excesso de demandas e queda no efetivo, além de alegarem falta de diálogo com o governo.​

Protestos e reivindicações ganham força

Sindicalistas reagiram à negativa do governo com duras críticas e anunciaram o ato conjunto de todas as forças de segurança para o fim do mês. A pauta vai além do reajuste e inclui melhores condições de trabalho, recomposição de efetivos e políticas específicas de saúde para os servidores. Segundo Wemerson Silva, presidente do Sindipol, os policiais “estão adoecendo com falta de valorização e excesso de serviço” e apenas pressão popular poderá sensibilizar o Executivo.​

Parlamentares da oposição, como Sargento Rodrigues (PL), lembraram que a recomposição anual das perdas consta da Constituição Estadual e afirmaram que apenas a folha da educação, vinculada ao piso nacional, teve reajuste este ano. Os demais servidores seguem sem avanço desde o último índice aprovado em 2024.​

O agravamento da crise ocorre em meio ao desgaste do relacionamento entre o governo e o funcionalismo de segurança, após anos de ajustes e cobranças não atendidas. O último reajuste, em 2024, ficou abaixo da inflação, segundo sindicatos. Como resultado, a pauta salarial das forças de segurança deve se manter central até o final do ano, alimentando tensões e mobilizações que pressionam o governo Zema por uma solução negociada.

O Metropolitano

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