Hamas liberta 20 reféns: Palestinos tentam retomar suas vidas após cessar-fogo com Israel
Mesmo em meio a uma cidade devastada, acerto entre Hamas e Israel abre caminho para reconstrução e esperança

Luciano Meira
O Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os 20 reféns israelenses vivos mantidos na Faixa de Gaza desde o ataque do grupo palestino em 7 de outubro de 2023, marcando um passo importante do acordo de cessar-fogo entre as partes, negociado com a mediação dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia. Em contrapartida, Israel iniciou a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo detentos que cumpriam penas perpétuas por crimes contra o país. O acordo prevê também a cessação das hostilidades e o recuo progressivo das tropas israelenses, possibilitando o início de um longo processo de reconstrução na região devastada pela guerra, que deixou mais de 66 mil palestinos mortos, além de intensa destruição urbana e humanitária.
A ofensiva terrorista do Hamas em outubro de 2023 desencadeou uma guerra que se estendeu por dois anos, com confrontos intensos e ataques de ambos os lados, resultando em milhares de vítimas civis e uma crise humanitária sem precedentes na Faixa de Gaza. O plano de cessar-fogo começou a ser delineado ainda em 2024 e foi implementado em fases, contemplando a libertação progressiva de reféns e prisioneiros, além do recuo das forças militares e abertura para ajuda humanitária. Ainda que parte dos reféns tenha sido morta durante o conflito, a troca dos sobreviventes foi simbolicamente fundamental para iniciar um processo de reconstrução da confiança.

Para os palestinos, a libertação dos prisioneiros e o cessar-fogo significam a oportunidade de retorno a uma rotina interrompida há anos, mas diante de uma realidade dolorosa: cerca de dois terços da Faixa de Gaza estão em ruínas, casas e infraestrutura destruídas. Muitos deslocados enfrentam agora o desafio da reconstrução sem garantias claras quanto ao futuro político e à segurança a longo prazo. O cenário é de incerteza, mas a troca de prisioneiros e reféns abre caminho para negociações que incluem a reconstrução gradual de escolas, hospitais e casas, com supervisão de atores internacionais.
O acordo foi articulado com a participação do governo dos Estados Unidos, que tem mediado as negociações desde 2024, envolvendo também Egito, Catar e Turquia. Israel aceitou iniciar a liberação dos palestinos detidos como parte do compromisso para o cessar-fogo, enquanto o Hamas entregou os reféns israelenses à Cruz Vermelha para retorno seguro a suas famílias. O presidente dos EUA esteve presente em alguns momentos desse processo, assim como outros líderes mundiais, todos empenhados em buscar uma trégua que permita ao povo da região respirar e iniciar a reconstrução.
Enquanto o mundo acompanha com expectativa o desdobrar do acordo, os palestinos que retornam para suas casas enfrentam a dura realidade da reconstrução física e social — um processo que simboliza a esperança, a dor e a necessidade urgente de paz duradoura na região.