Hamas publica imagens de reféns israelenses; ofensiva israelense eleva risco para cativos e aumenta pressão sobre Netanyahu

Hamas usa nome “Ron Arad” para se referir a reféns israelenses e aumenta tensão em Gaza

Reprodução Redes Sociais
Luciano Meira

O Hamas divulgou neste sábado (20) imagens de reféns israelenses em Gaza, cercando o tema de tensão e desespero em meio à nova ofensiva das Forças de Defesa de Israel na cidade. O conflito se arrasta desde outubro de 2023 e mantém cerca de 48 reféns israelenses em poder do grupo palestino, dos quais 20 seriam mantidos vivos segundo fontes militares israelenses. Famílias dos sequestrados intensificaram protestos em Israel, alegando que as recentes operações agravam o risco para os cativos e pedem um acordo imediato para salvá-los.A publicação das imagens pelo Hamas mostra reféns em situação precária, confirmando relatos de fragilidade física e emocional. Nos últimos dias, vídeos analisados por grandes veículos de imprensa internacional e checados por ferramentas forenses não apontaram manipulação, o que confere autenticidade ao material. As cenas reforçam denúncias de maus-tratos e privação de necessidades básicas, como comida e água, tanto por parte dos reféns quanto da população civil.

Simultaneamente, famílias dos reféns organizam protestos semanais em Tel Aviv e em frente ao gabinete do premiê Benjamin Netanyahu. Eles acusam o governo de colocar em risco a vida dos sequestrados ao priorizar a ação militar em detrimento da negociação. Representantes dessas famílias afirmam que “a escrita está na parede”, referindo-se ao risco iminente de execução dos cativos caso a ofensiva prossiga.

Desde meados de 2024, a troca de reféns por prisioneiros palestinos foi tema de várias rodadas de negociações intermediadas por Egito, Catar e Estados Unidos. Em agosto último, o Hamas aprovou uma proposta para libertar parte dos reféns durante uma nova trégua de 60 dias, exigindo a libertação de centenas de palestinos e retirada israelense da Faixa de Gaza. Israel, porém, insiste na libertação de todos os reféns simultaneamente e rejeita um cessar-fogo definitivo sem essa condição cumprida.

A escalada militar em Gaza, com bombardeios e combate terrestre, aumentou ainda mais o temor pela vida dos reféns. O Hamas tem intensificado ameaças de que a continuidade das operações resultará na execução de cativos, evocando o caso emblemático do piloto israelense Ron Arad, desaparecido desde os anos 1980.

O episódio do Ron Arad reacende a tragédia histórica e adiciona uma camada de gravidade à crise humanitária e política que se desenrola em Gaza, reforçando a urgência pela busca de soluções diplomáticas antes que o conflito ceife mais vidas. A referência ao piloto da Força Aérea israelense desaparecido desde 1986 no Líbano, é vista como uma ameaça direta, pois Arad nunca foi encontrado e é tido como símbolo do drama dos soldados desaparecidos em conflito, gerando apreensão entre as famílias dos reféns atuais.

Desde o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, cerca de 250 pessoas foram feitas reféns, e aproximadamente 90 ainda permanecem em Gaza, com cerca de metade consideradas vivas. O conflito se agravou com a ofensiva terrestre israelense na Cidade de Gaza, que, segundo o Hamas, elimina chances de resgate ou negociação para libertação.

As famílias dos reféns protestam em Israel, pressionando o governo de Benjamin Netanyahu por negociações que priorizem a vida dos cativos. Negociações intermediadas por Catar, Egito e Estados Unidos já ocorreram, visando troca dos prisioneiros, mas inclusive após acordos parciais, dezenas de reféns e prisioneiros palestinos foram libertados, sem que um acordo definitivo tenha sido alcançado.

A guerra, desencadeada pelo ataque surpresa do Hamas no sul de Israel em outubro de 2023, já provocou deslocamento de quase 2 milhões de palestinos e milhares de mortes, segundo fontes locais e internacionais. A ofensiva de Israel visa desmantelar a infraestrutura do Hamas e libertar os reféns, mas vem sendo criticada por organizações internacionais pelo elevado custo humanitário e a devastação imposta à população da Faixa de Gaza.

Analistas internacionais e a ONU têm chamado mais uma vez por cessar-fogo imediato e pela libertação incondicional dos reféns. Enquanto isso, cresce o apelo da sociedade israelense para que o governo priorize um acordo diplomático — cenário que permanece incerto diante das resistências políticas de ambos os lados e da radicalização em campo de batalha.

O Metropolitano

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