Lula diz que “não existe veto a nenhum assunto” em reunião com Trump

Presidente brasileiro espera diálogo aberto e construtivo para fortalecer relações bilaterais e abordar temas globais na cúpula na Malásia

Presidente Lula (PT) – Foto: Ricardo Stuckert/PR
Luciano Meira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (24), durante encerramento da visita à Indonésia, que não há temas proibidos para serem discutidos na reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para domingo (26), na Malásia. Lula destacou a intenção de avançar numa relação civilizatória entre Brasil e EUA, visando benefícios para ambos os países e seus povos.O chefe do Executivo ressaltou que qualquer assunto pode ser tratado no encontro — desde conflitos internacionais, como Gaza e Ucrânia, até temas estratégicos como mineração de materiais críticos. “Não existe veto a nenhum assunto. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto”, afirmou.

Defesa das exportações e questões de sanções

Lula também adiantou que defenderá argumentos sobre as taxas impostas unilateralmente ao Brasil, consideradas sem base sustentável. Ele destacou o superávit dos Estados Unidos na balança comercial de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil, enfatizando os efeitos adversos dessas tarifas para os consumidores americanos, que enfrentam preços mais altos em produtos como carne e café.

Outro ponto que Lula pretende abordar é a questão das sanções políticas aplicadas a autoridades brasileiras, contestando críticas relacionadas aos direitos humanos no país e a punições a ministros da Suprema Corte brasileira. Ele afirmou que “quem comete crime no Brasil é julgado e punido”.

Soberania e combate às drogas

Questionado sobre operações dos EUA contra o narcotráfico na América Latina, Lula ressaltou a importância do respeito à soberania dos países e às regras internacionais. “Você não pode simplesmente dizer que vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem levar em conta a Constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos ou a soberania territorial”, afirmou. Ele se colocou à disposição para discutir o tema com Trump.

Mensagem de harmonia e prioridade econômica no Sudeste Asiático

Lula encerrou a declaração expressando otimismo para que a reunião envie uma mensagem positiva ao mundo, destacando que Brasil e Estados Unidos são as maiores democracias do Ocidente e precisam refletir isso em sua relação para o bem-estar global.

O presidente brasileiro se prepara para a segunda etapa da viagem ao Sudeste Asiático, em Kuala Lumpur, onde participará da 47ª Cúpula da ASEAN. Lula ressaltou que as relações comerciais do Brasil com os países do bloco cresceram significativamente, alcançando US$ 37 bilhões em 2024, mais doze vezes o valor registrado em 2002, o que demonstra a importância estratégica da região para a política externa brasileira.

Com o encontro marcado para um momento diplomático de diálogo amplo, Lula mantém discurso de abertura e cooperação multilateral entre as duas nações, com expectativa de avanços bilaterais e posicionamento conjunto em temas globais importantes.

O Metropolitano

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