É ‘rachadã’ que ‘parle’?: Marine Le Pen líder da extrema direita francesa, é condenada a inelegibilidade e quatro anos de prisão
Le Pen e mais oito deputados da extrema direita foram condenados por desvio de fundos do Parlamento Europeu

Luciano Meira
Marine Le Pen, pré-candidata à Presidência da França, neste momento está fora das eleições de 2027. Nesta segunda (31), ela foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu para o caixa de seu partido, a Reunião Nacional (RN), quando era eurodeputada.
Na condenação, os juízes do Tribunal Correcional de Paris decidiram que ela não poderá concorrer a cargos públicos por cinco anos, e devido a um pedido de execução provisória solicitada pela Promotoria a sentença tem efeitos imediatos. No entanto, Le Pen não perde seu cargo atual de deputada na Assembleia Nacional, onde seu partido é o que detém o maior número de cadeiras.O advogado da deputada disse que irá recorrer da decisão, já que depende do sucesso deste recurso uma eventual candidatura presidencial de Le Pen em 2027.
A sentença chega em um péssimo momento, para a ultra direitista que desde 2017 quando perdeu pela primeira vez para Emmanuel Macron vem tentando dar um verniz mais moderado à sua imagem, e hoje lidera as pesquisas de intenção de voto.
Le Pen também foi condenada a uma multa de € 100 mil (R$ 624 mil) e a quatro anos de prisão –dos quais dois estão suspensos e dois serão cumpridos em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, mas essas penalidades não são aplicadas imediatamente e devem esperar até que os recursos se esgotem, sem data definida para isso acontecer.Outros oito eurodeputados da RN também foram condenados no caso, que pode ter dado um prejuízo aos cofres públicos de € 2,9 milhões (cerca de R$ 18 milhões).
Segundo a acusação, de 2004 a 2016, o partido desviou a verba destinada aos assessores parlamentares para remunerar pessoas que na verdade trabalhavam para o partido. Na época, a RN estava em dificuldades financeiras e tinha poucas fontes de recursos. Hoje, embora não faça parte da coalizão governamental, é o maior partido da Assembleia Nacional, com 123 dos 577 deputados.