No fim de ano, Guarapari é mesmo a ‘praia dos mineiros’?

Saiba quais são os destinos mais pesquisados em MG; litoral ainda é o grande atrativo

Da redação | BdF

Com a chegada do réveillon, as movimentações para celebrar a passagem de ano ganham contornos especiais em Minas Gerais, estado conhecido por ter uma população que vive “em busca” do litoral nos períodos de festividades.

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Segundo dados do Google Trends, plataforma que expõe os temas mais pesquisados em mecanismos de busca, os termos que se conectam a destinos comuns dos mineiros, como Guarapari, no Espírito Santo, Cabo Frio, no Rio de Janeiro, a própria capital fluminense e a Bahia, cresceram exponencialmente.

Embora as localidades interessem à população em diversos momentos do ano, em novembro, os números começaram a saltar, relacionados especialmente a pesquisas de hospedagem e passagem.

O Rio de Janeiro é campeão entre as pesquisas, quando utiliza-se os termos “bh rio” para entender o comportamento dos mineiros no google nos últimos três meses. No dia 15 de dezembro, por exemplo, os termos registraram um pico de 100 pontos. Os pontos não representam o número de pesquisas, mas a proporção do aumento.

Quando observadas as pesquisas relacionadas, ou seja, as consultas feitas pelas mesmas pessoas que utilizaram os termos “bh rio”, as palavras “útil passagens” aparecem também como termos que registraram aumento de interesse perto do fim do ano. A Viação Útil é uma das principais linhas de transporte entre o trecho BH e RJ.

A Bahia, por sua vez, está no segundo lugar dos destinos mais pesquisados, em especial a partir do dia 29 de novembro, com picos nos dias 3 e 15 de dezembro. As consultas sobre o estado também estavam relacionadas a termos como “airbnb”, uma plataforma de busca para estadias.

Já o município de Guarapari, no litoral capixaba, está quase empatado com Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Ambas as cidades tiveram pico de pesquisa entre 10 e 12 pontos no mês de dezembro.

Nas pesquisas relacionadas, termos como “réveillon 2025”, “airbnb”, “buser”, “previsão do tempo”, “latam” e “bate volta” aparecem entre os assuntos em crescimento nos últimos 30 dias.

Qual a explicação?

“Cabo Frio é a melhor cidade de Minas Gerais”, brinca a estudante Laura Silva, em referência à quantidade de mineiros que encontra no município. Ela própria é um exemplo de quem faz a viagem tradicionalmente nos fins de ano, para celebrar a virada.

“Nos últimos três anos, eu fui para Cabo Frio. Nos dois primeiros, eu fui com grupos de amigos e, no último, eu fui com a minha mãe e lá eu encontrei outros amigos, porque é um destino mais comum da galera. É uma cidade que parece muito Belo Horizonte em alguns aspectos, então, a galera vai muito para lá”, explica.

Para ela, a busca da população mineira, em especial belo-horizontinos, por tais viagens tem a ver, principalmente, com o interesse pela praia, mas também pelo fato de que Belo Horizonte se transforma em uma “cidade parada” a partir do dia 20 de dezembro.

“Não tem festa interessante, não tem mar, chove, o tempo não é bom, não tem ninguém aqui, todo mundo sai da cidade. Então, aqui é um marasmo que eu não gosto”, afirma.

Já a assistente-administrativa Ana Clara Ribeiro costuma viajar para Guarapari, sempre em coletivo de amigos ou família.

“Eu costumo sair porque eu gosto de praia e porque é um lugar que geralmente o pessoal do meu convívio vai também”, observa.

Ela é um exemplo, inclusive, do resultado da pesquisa no Google Trends, uma vez que começa a organizar passagens e hospedagens uns três meses antes da virada, algo sinalizado pelo aumento das pesquisas pela cidade 90 dias antes do réveillon.

Outras alternativas

Há quem prefira, no entanto, permanecer no estado, como é o caso da analista de dados Bárbara Campos, que, desde 2017, opta por passar a virada reunida com os amigos em um sítio, alugado a cada ano em uma cidade diferente. Para ela, a alternativa se dá pelo lado financeiro e também pelo conforto.

“Geralmente, ir para o sítio fica mais barato que viajar para algum lugar com praia e compensa mais do que pagar uma festa privada durante a virada. Com o mesmo valor de uma festa privada, conseguimos aproveitar pelo menos dois dias de comida e bebida liberada em um lugar com as pessoas que gostamos e com bem mais conforto para beber, aproveitar e relaxar”, sublinha.

Segundo ela, o momento propicia, inclusive, o reencontro com amigos que moram em outros estados e que não costuma ver sempre, já que a reunião virou uma tradição.

“O meu ano não é o mesmo, se não passar com pessoas que eu gosto”, reafirma.

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