O chilique da mídia e da direita diante do “Hugo Não Se Importa”

A campanha “Hugo Não Se Importa” viralizou nas redes sociais como um grito legítimo de indignação popular contra a indecência política que tomou conta do Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tornou-se o símbolo do desprezo pelas pautas sociais ao articular, nos bastidores, a derrubada do decreto presidencial que aumentaria o IOF sobre operações financeiras — um imposto que atinge, sobretudo, os super-ricos e as apostas esportivas, os famosos “bets”. Não satisfeito, Motta ainda ameaça travar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5.000 e pautar a anistia aos golpistas do 8 de janeiro, um projeto que só pode ser descrito como abjeto, imoral e indecente.

A esquerda, com criatividade e inteligência, usou vídeos e imagens gerados por IA para escancarar o alinhamento de Motta e do Centrão com os interesses da elite financeira. O personagem “Hugo Nem Se Importa” — sentado em poltrona de couro, brindando com empresários da Faria Lima, debochando do povo — viralizou e expôs, sem pudor, o verdadeiro rosto de quem governa para poucos e ignora a maioria. O resultado? Milhões de menções, hashtags como #CongressoDaMamata e #HugoMottaTraidor liderando as redes, e uma militância animada, que finalmente furou a bolha e levou o debate tributário ao centro da cena política.

A reação da chamada “grande imprensa” foi patética. Globo, Folha, Estadão e seus colunistas de sempre correram para defender os ricos, trataram a campanha como “ataque à democracia” e choraram pelo suposto “nós contra eles” — como se a defesa da justiça tributária fosse um crime. O Jornal Nacional, em um espetáculo de desespero, colocou Motta como vítima e classificou a ofensiva popular como “ataques” ao Congresso, ignorando o fato de que a verdadeira violência é a manutenção de um sistema tributário que massacra os pobres e protege os bilionários. A imprensa, mais uma vez, perdeu a chance de discutir o essencial: quem paga a conta do Brasil?

É risível — para não dizer revoltante — ver a direita e seus parlamentares, acostumados a disseminar mentiras, fake news e teorias conspiratórias, agora posando de guardiões da democracia e da civilidade. Nikolas Ferreira (PL-MG), condenado por fake news, segue espalhando vídeos criminosos e desinformação em massa, inclusive sobre o Pix e supostas taxações inventadas. Jair Bolsonaro e sua quadrilha passaram anos atacando as urnas eletrônicas, questionando a lisura do processo eleitoral sem apresentar uma única prova, alimentando o ódio e a desconfiança nas instituições. O famigerado Gabinete do Ódio, investigado pela Polícia Federal, operou uma máquina de difamação, ataques e notícias falsas, financiada por fontes obscuras e com o objetivo de corroer a democracia brasileira.

Enquanto isso, “veículos de comunicação” de procedência duvidosa, pagos sabe-se lá por quem, continuam a espalhar conteúdo patrocinado, mentiras e ataques covardes contra qualquer um que ouse defender justiça social e igualdade tributária. E agora, quando a esquerda faz uma campanha satírica, legítima, sem golpes baixos, a direita e a mídia gritam “ameaça”, “desestabilização” e “ataque à democracia”. Que piada de mau gosto.

A campanha “Hugo Não Se Importa” é legítima, necessária e profundamente democrática. Ela escancara o que a mídia e a direita tentam esconder: o Congresso serve aos ricos, e quem paga a conta é o povo. O chilique coletivo da imprensa e da direita só revela o medo de perder o controle da narrativa. Não há ameaça maior à democracia do que a mentira institucionalizada, a impunidade dos poderosos e a covardia de quem se esconde atrás de discursos hipócritas.

O povo brasileiro cansou de pagar a conta do banquete dos bilionários. E, gostem ou não, a internet não vai mais se calar.

Luciano Meira

Editor do portal O Metropolitano
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