Pé-de-Meia: Lula defende universalização para ampliar incentivo a estudantes
Programa que hoje atende 4 milhões será expandido para alcançar cerca de 6 milhões, busca evitar evasão escolar e garantir igualdade de condições

Luciano Meira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou neste sábado (18) sua defesa pela universalização do programa Pé-de-Meia, iniciativa do governo federal que concede incentivo financeiro a estudantes de baixa renda do ensino médio. Atualmente beneficiando cerca de 4 milhões de alunos, o programa deve passar a atingir aproximadamente 6 milhões em 2026, ampliando o acesso ao recurso como forma de evitar a evasão escolar motivada por dificuldades econômicas. Lula destacou a necessidade de corrigir distorções que fazem com que alunos da mesma sala recebam valores diferentes — muitas vezes com diferenças de salário inferiores a um real — e prometeu discutir com os ministros da Fazenda e da Educação um plano abrangente para garantir que o benefício chegue a todos.
O presidente reconheceu que a proposta enfrenta resistência do mercado financeiro, especialmente de grupos ligados à Faria Lima, que reclamam dos recursos investidos, mas ressaltou que o valor destinado é um investimento no futuro da população e no desenvolvimento do país, não um gasto. Em paralelo, reafirmou o compromisso com investimentos da ordem de R$ 108 milhões para apoiar cerca de 500 projetos da Rede Nacional de Cursinhos Populares, reforçando o suporte técnico e financeiro a estudantes de escolas públicas em situação de vulnerabilidade.
A universalização do Pé-de-Meia aparece como estratégia central para evitar que estudantes desistam da escola por necessidade de contribuir no orçamento familiar, o que afeta diretamente a qualidade da educação e a mobilidade social. Além disso, o programa integra um conjunto de políticas públicas focadas na redução das desigualdades educacionais e na ampliação do acesso à educação superior, especialmente via Enem. A discussão em torno da universalização do benefício promete ser prioridade nas agendas ministeriais nos próximos meses, diante do cenário de desafios e da relevância social da iniciativa.