Montadora reacende a esperança da volta do modelo ao Brasil
A Volkswagen resolveu misturar a aura do “Rock in Rio” com os 50 anos de sua maior estrela, o Golf, lançado em 1974 na Alemanha. Nas cinco décadas, o modelo – que já foi fabricado no Brasil – já teve mais de 37 milhões de unidades produzidas, superando de longe as 21 milhões do icônico Fusca. A Volkswagen trouxe para o “Rock in Rio” um exemplar da versão esportiva GTI do Golf, com pintura na cor Mondsteingrau (Cinza Pedra Lunar), que desembarcou há pouco menos de um mês via Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Pela lógica e por todo o movimento em torno do Golf GTI atual, é tida como certa a volta do famoso hatch médio ao mercado nacional, que pode ser trazido da Alemanha ou da China. Mas o retorno ainda não foi confirmado pela Volkswagen do Brasil.
Recentemente lançado na Europa, o atual Golf GTI é equipado com o motor 2.0 turbo TSI, com 265 cavalos de potência e 37,7 kgfm de torque, associado à transmissão DSG de dupla embreagem e 7 marchas. O GTI acelera de zero a 100 km/h em 5,9 segundos e pode chegar à velocidade máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente. Na Europa, o GTI custa a partir de 45 mil euros – cerca de R$ 280 mil. O exemplar exposto no “Rock in Rio” tem rodas Estoril pretas de 19 polegadas com pneus 235/35 R 19, faróis inteligentes ID.Light e logotipo “VW” com iluminação. O carro agrega bloqueio do diferencial dianteiro, que estabiliza e apoia o veículo em caso de perda de tração. A transmissão DSG com o novo seletor pequeno, em substituição à manopla de câmbio, pode alterar as relações de marchas, contribuindo ainda para a redução do consumo de combustível. Ao selecionar o tipo de marcha pretendido, que é depois ativado por meio da transmissão “shift-by-wire” (sem cabos), o sistema é especialmente prático em engarrafamentos, auxiliando ainda nas arrancadas e no acionamento do freio-motor (reduzidas) quando é combinado com o sistema “Travel Assist”.
Dentro, o Golf GTI afina sua sintonia esportiva com pedais em aço inoxidável e costuras pespontadas que correm até ao forro em preto. A iluminação ambiente em leds estão em harmonia com um cockpit todo digital, com a maioria das funções, como o rádio, o ar-condicionado e a iluminação, controladas por superfícies sensíveis ao toque. O Cockpit Digital Pro se combina com o sistema de navegação Discover Pro, com duas telas, de 10 polegadas – do painel de instrumentos – e de 10,5 polegadas – da multimídia -, que podem ser interligadas. A central de multimídia se personaliza com as funcionalidades preferidas do motorista, como em um smartphone. O Golf GTI pode ter opcionalmente o Head-Up Display projetado no para-brisa, com informações como velocidade do carro, notificações dos sistemas de assistência ao condutor ou avisos de navegação, com projeção legível mesmo em contraluz.
Assim como outros modelos marcantes da Volkswagen, o nome do Golf tem origem em um vento, no caso, o Gulf Stream, uma corrente marítima forte e quente do Oceano Atlântico com origem no Golfo do México e que chega à Europa. O cinquentenário do Golf não destaca apenas um testamento à inovação automotiva como também sublinha um ícone cultural que influenciou gerações de motoristas ao redor do mundo. Desde sua estreia, em 1974, o Golf evoluiu continuamente, adaptando-se às tecnologias e aos gostos dos clientes, mantendo sua identidade intacta. Uma viagem pelas oito gerações do hatch da Volkswagen ajuda a entender como o carro se manteve fiel ao estilo e conseguiu, ao mesmo, permanecer sempre moderno. Introduzido em 1974 como o sucessor do Fusca, o Golf foi projetado pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro, que criou uma das características mais fortes do modelo: as colunas “C” (as traseiras) largas. O hatch médio marcou um afastamento significativo do estilo do Fusca, com motor e tração dianteiros, oferecendo mais espaço interno e melhor dinâmica de direção. Ao longo dos anos, o Golf passou por oito gerações, cada uma trazendo avanços em tecnologia, segurança e desempenho:
Golf Mk1 (1974-1983) – O Golf original estabeleceu o padrão para carros compactos com seu design versátil de hatchback. Ele também deu origem ao Golf GTI de alto desempenho em 1976, que se tornou uma referência para “hot hatches”.
Golf Mk2 (1983-1992) – O tamanho aumentou e melhorou a aerodinâmica. Foram introduzidos os freios ABS e versões com tração integral.
Golf Mk3 (1991-1999) – A segurança se tornou um foco com as entradas dos airbags duplos e da proteção contra impactos laterais. A terceira geração teve ainda a estreia do Golf TDI com motor turbodiesel.
Golf Mk4 (1997-2006) – Marcada por um salto significativo em qualidade e refinamento, a geração quatro recebeu tecnologia de ponta, como controle eletrônico de estabilidade, e um interior mais luxuoso.
Golf Mk5 (2003-2009) – Melhorou a dinâmica de direção com um novo design de suspensão traseira, ganhou um visual mais moderno e novas opções de motor.
Golf Mk6 (2008-2013) – Basicamente um Mk5 atualizado, essa geração se concentrou em refinamento e eficiência, incluindo a linha BlueMotion para melhorar a economia de combustível.
Golf Mk7 (2012-2020) – Construído sobre a nova plataforma MQB, o Golf de sétima geração era mais leve e mais eficiente. Oferecia um conjunto de recursos avançados de segurança e foi o primeiro a ter uma variante híbrida plug-in, a GTE.
Golf Mk8 (2019-presente) – A geração atual continua a ultrapassar limites com um cockpit totalmente digital, com o que há de mais moderno em conectividade e sistemas de assistência ao motorista. Com o “facelift” de 2023, foi apelidado de “Mk8,5”. E a versão GTI, que acaba de estrear na Europa, foi a última a ser apresentada.
O Golf só chegaria ao Brasil 11 anos depois de sua estreia, em 1995, ao desembarcar aqui já na sua terceira geração, importado do México. Mas o hatch médio só começou a virar mania brasileira cinco anos depois, com a inauguração da fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, onde o Golf passou a ser produzido para o mercado nacional. No final, o carro já tinha inspiração na oitava geração do modelo, lançada um ano antes na Europa. O Golf Mk7 teve sua produção encerrada no Brasil em 2019. O último Golf vendido no Brasil foi o híbrido plug-in GTE, em 2020 – com apenas 99 carros importados da Alemanha.