Zema vai cortar gastos em Segurança, Saúde e Educação em Minas Gerais
Com aumento de mais 50% da dívida pública em sua administração Zema decide dividir prejuízo com a população

Luciano Meira
Em meio a uma grave situação fiscal, quem em quase oito anos de gestão, o governador Romeu Zema (Novo), não conseguiu equacionar, são esperadas medidas drásticas para conter despesas. Um eventual decreto deverá ser publicado nesta sexta-feira (18/4) impondo limites de gastos a todas as secretarias e órgãos públicos do estado, um dos mais endividados do país. Zema não vai poupar ninguém, todas as secretarias e demais órgãos da administração estadual terão suas despesas contingenciadas, expressão usada para dizer que as verbas serão cortadas.A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), saiu na frente e foi a primeira a se manifestar, um comunicado interno assinado pelo chefe do estado maior da corporação, coronel José Maurício Oliveira, determinou a imediata suspensão de todas as diligências e a devolução de recursos orçamentários já liberados, empenhados ou pagos e a Academia de Polícia Militar comunicou a paralisação dos treinamentos policiais.
Como era de se esperar, em todas as ocasiões em que a administração pública tem problemas de caixa, os servidores públicos estão entre as primeiras “vítimas”, ainda que neste caso não foi surpresa, porque esta semana o secretário estadual da Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, em Audiência Pública na ALMG já havia dito que o governo Zema não concederá reajuste salarial este ano, justificando a decisão pela “situação de insolvência” das finanças do Estado.Seguindo a lógica de que é bom comer banana com casca, o governador Zema assegura que os cortes “não acarretarão qualquer prejuízo aos serviços prestados à população”, incluindo áreas essenciais como segurança, educação e saúde.
Ação e reação
A Frente em Defesa do Serviço Público convocou uma manifestação para o dia 23, data que já há uma manifestação agendada pelos profissionais da Educação, que deverá receber o apoio de mais entidades representativas do serviço público estadual, como os profissionais das forças de segurança pública de Minas Gerais, que no último dia 8 de abril, realizaram manifestação pedindo a recomposição de perdas salariais e valorização profissional.
Segundo o Tesouro Estadual, a dívida atual de Minas Gerais é de R$ 189,44 bilhões, sendo a maior parte de débitos com a União — R$ 162,92 bilhões. Zema culpa seus antecessores, mas durante evento em Betim, realizado em março deste ano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que “a dívida de Minas cresceu nos últimos cinco anos em mais de 50%. Passou de R$ 110 bilhões, em 2019, para R$ 165 bilhões.”