28 de junho: Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ celebra resistência, conquistas e reforça desafios
Data marca luta histórica por direitos, visibilidade e igualdade, e lembra que a construção de uma sociedade livre de preconceitos ainda é tarefa urgente

Luciano Meira
Neste sábado, 28 de junho, o mundo celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, uma data que transcende a comemoração e se consolida como símbolo de resistência, memória e luta por direitos civis, respeito e dignidade para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, não binários e outras identidades de gênero e orientações afetivas.
Origem: Stonewall e o nascimento do movimento
A escolha do 28 de junho remete à Rebelião de Stonewall, em 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, decidiram reagir às constantes agressões e prisões promovidas pela polícia local contra pessoas LGBTQIA+. O episódio, que se estendeu por dias, tornou-se o marco zero da luta organizada por direitos civis e inspirou as primeiras marchas do orgulho no mundo, inclusive no Brasil. A partir desse levante, o movimento LGBTQIAPN+ ganhou força e visibilidade, transformando o orgulho em um ato político de afirmação e reivindicação de cidadania.
Avanços históricos e conquistas
Desde Stonewall, a luta por direitos avançou em marcos importantes:
• Retirada da homossexualidade da lista de doenças mentais nos EUA (1974), no Brasil (1985) e pela OMS (1990).
• Reconhecimento do casamento homoafetivo na Argentina (2010) e no Brasil (2013).
• Criminalização da homotransfobia e direito ao uso do nome social no Brasil.
• Direito à adoção e registro de dupla maternidade ou paternidade para casais homoafetivos.
Essas conquistas representam passos fundamentais rumo à igualdade, mas ainda não garantem segurança plena ou o fim da discriminação.
Desafios atuais e futuros
Apesar dos avanços, a comunidade LGBTQIAPN+ segue enfrentando desafios graves:
• Altos índices de violência e discriminação, especialmente em países como o Brasil, que lidera rankings globais de assassinatos de pessoas trans.
• Barreiras no acesso à saúde, educação e mercado de trabalho, muitas vezes agravadas pela falta de políticas públicas inclusivas.
• Resistência à implementação de programas educacionais que promovam respeito à diversidade, perpetuando estigmas e preconceitos.
A luta pelo reconhecimento pleno de direitos, pela visibilidade e pelo respeito à diversidade permanece urgente. Organizações, movimentos sociais e aliados têm papel central na promoção da conscientização, no combate à LGBTfobia e na defesa de uma sociedade mais justa e plural.
Orgulho como resistência e afirmação
Celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ é, acima de tudo, um ato de resistência frente à opressão histórica e à violência ainda presente. É também uma reafirmação coletiva de que ninguém deve sentir vergonha de ser quem é, e de que toda pessoa merece respeito, dignidade e cidadania, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
No Brasil, onde a Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo é considerada a maior do mundo, o movimento segue mobilizando milhões de pessoas em defesa da diversidade e dos direitos humanos. A data, portanto, não é apenas de celebração, mas de renovação do compromisso com a igualdade e a inclusão. A organização considera que celebrar o orgulho LGBTQIAPN+ não é apenas um ato de afirmação individual, mas uma reivindicação coletiva por dignidade, respeito e cidadania plena.
A construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária depende do engajamento de todos, do poder público à sociedade civil, para que o orgulho não seja apenas uma data, mas uma realidade cotidiana para todas as pessoas.