No mesmo dia, notícias do STF não são boas para Bolsonaro e Zema

Corte marca data de julgamento que pode fazer ex-presidente réu em ação criminal e nega recurso de Zema para aumento da alíquota paga pelos servidores beneficiários do IPSM

Reprodução Arquivo RMC
Luciano Meira – Agências

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 25 de março, às 9h30, o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e mais seis investigados pela trama golpista.A data foi marcada pelo ministro na condição de presidente da Primeira Turma da Corte, colegiado que será responsável pelo julgamento.

Os julgados neste dia serão os membros do que a PGR chama de Núcleo 1:

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
Walter Braga Netto (general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin);
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal);
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
Paulo Sérgio Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa);
Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

Os ministros da Primeira Turma vão decidir se os acusados vão responder a processo pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.Além da sessão marcada para a manhã do dia 25, a Primeira Turma reservou as sessões da tarde do mesmo dia e da manhã do dia 26 para a análise do caso, ficando clara a celeridade imposta ao processo pelos ministros, na tentativa de evitar a ‘contaminação’ do processo eleitoral de 2026.

Primeira Turma

O processo será julgado pela Primeira Turma do Supremo. O colegiado é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Zema teve recurso negado

Também nesta quinta-feira (13), 0 STF formou maioria para negar pedido de Zema (Novo), contra aumento da alíquota da previdência de militares, a posição do Supremo vai de encontro com a decisão do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) que, no fim de fevereiro, rejeitou um recurso do Executivo e determinou que o Estado retomasse a contribuição patronal do Instituto de Previdência dos Servidores Militares – IPSM.

Até a noite desta quinta-feira, seis ministros já haviam votado: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Flávio Dino, Luiz Fux e Edson Fachin. Todos acompanharam o voto do relator da ação, Alexandre de Moraes.

Com a alteração das regras previdenciárias das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) em dezembro de 2019, o governo Zema decidiu estender para os militares estaduais também e interrompeu a contribuição.

Com a decisão do STF, na prática, o governo de Minas Gerais terá que retomar a contribuição patronal de 16% dos salários dos servidores públicos militares estaduais, com retroação a 6 de junho de 2024.

Além disso, Zema também terá que diminuir a alíquota previdenciária cobrada dos servidores públicos militares de 10,5% para 8%.