Via Expressa tem novo limite de velocidade a partir de hoje

O novo limite é de 60 km/h em todo o trecho entre o Coração Eucarístico e Contagem

Divulgação PBH
Luciano Meira

A partir desta terça-feira, 17 de junho de 2025, entra em vigor a redução do limite de velocidade na Via Expressa, uma das principais avenidas de Belo Horizonte. O novo limite, agora fixado em 60 km/h em todo o trecho entre o bairro Coração Eucarístico e a divisa com Contagem, substitui a antiga máxima de 80 km/h em parte da via.

A medida, implementada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), faz parte de um conjunto de ações para aumentar a segurança viária na capital mineira. A via, que ocupa a 20ª posição em número de acidentes na Região Metropolitana, já recebeu 20 novas placas de sinalização e faixas informativas, além de ajustes nos radares para fiscalizar o novo limite.

Fundamentação técnica e impacto na segurança

A decisão da PBH está alinhada a recomendações internacionais e nacionais que apontam a redução de velocidade como uma das estratégias mais eficazes para prevenir acidentes e diminuir a gravidade das ocorrências no trânsito. Segundo Alysson Coimbra, diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (AMMETRA), “a velocidade é cientificamente comprovada como um fator que potencializa o agravamento das lesões decorrentes de acidentes de trânsito, inclusive com aumento do risco de morte instantânea no local”. Ele ressalta que políticas públicas de controle de velocidade são pilares mundiais para a redução de mortes no trânsito.Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforçam que o excesso de velocidade está entre as principais causas de acidentes fatais no mundo. Uma redução de apenas 5% na velocidade média pode resultar em até 30% menos acidentes fatais. O risco para pedestres é ainda mais evidente: a chance de sobrevivência de uma pessoa atropelada por um veículo a 60 km/h é de apenas 2%, enquanto a 40 km/h essa chance sobe para 65%.

Experiências em cidades brasileiras e internacionais comprovam a eficácia da medida. Em Fortaleza, por exemplo, a redução dos limites de velocidade resultou em uma queda de 68% nas mortes em determinadas vias. Em São Paulo, a redução dos limites nas marginais diminuiu em 52% o número de acidentes fatais. Cidades como Oslo (Noruega) e Nova York (EUA) também registraram quedas expressivas nas fatalidades após a adoção de limites mais baixos.

Segurança para todos

A subsecretária de Operações de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte, Jussara Bellavinha, destaca que a intenção da prefeitura é “proporcionar mais segurança aos condutores e pedestres, e salvar vidas”. Ela lembra que Belo Horizonte participa do Projeto Vida no Trânsito desde 2014, iniciativa que incentiva ações integradas de saúde, trânsito e educação para reduzir lesões e mortes no trânsito.

Especialistas ainda apontam que a redução dos limites de velocidade não compromete significativamente o tempo de viagem dos motoristas, mas contribui para um trânsito mais seguro, fluido e menos propenso a congestionamentos graves. Além disso, o impacto da redução é ainda mais importante para os usuários mais vulneráveis, como pedestres e ciclistas, que têm sua segurança ampliada em ambientes urbanos com velocidades menores.

Sinalização e fiscalização

A PBH reforçou a sinalização ao longo do trecho e ajustou os equipamentos de fiscalização eletrônica para garantir o cumprimento do novo limite. A expectativa é de que, com a combinação de fiscalização, sinalização e conscientização, a mudança contribua para a redução dos índices de acidentes e fatalidades na Via Expressa.

A redução da velocidade máxima na Via Expressa de Belo Horizonte, que passa a valer hoje, segue uma tendência global e é respaldada por evidências científicas e experiências bem-sucedidas em diversas cidades. A medida tem como objetivo principal preservar vidas, tornando o trânsito mais seguro para motoristas, passageiros, pedestres e ciclistas. A expectativa é que, com a colaboração de todos, os índices de acidentes e mortes continuem em queda na capital mineira.

Botão Voltar ao topo