Brasileira Juliana Marins é encontrada morta após queda em vulcão na Indonésia

Luciano Meira
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24) no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia, após quatro dias desaparecida em uma encosta de difícil acesso. A confirmação foi feita pela família nas redes sociais e pelas autoridades locais, que realizaram uma operação de resgate marcada por condições extremas de clima e terreno.
Juliana, natural de Niterói (RJ) e publicitária, realizava um mochilão pelo sudeste asiático e participava de uma trilha guiada ao topo do vulcão Rinjani, um dos destinos mais procurados por aventureiros na Indonésia. O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (20), quando ela tropeçou e caiu em um dos trechos mais perigosos da trilha, despencando cerca de 300 metros inicialmente e ficando presa em uma ribanceira de profundidade estimada entre 500 e 650 metros, segundo as equipes de resgate.As buscas envolveram 48 militares, drones térmicos e tentativas de apoio aéreo com helicópteros, que foram frustradas pela densa neblina e pelo terreno íngreme e instável. As equipes de resgate enfrentaram chuvas, ventos fortes e pedras soltas, o que dificultou o acesso ao local onde Juliana estava. Segundo relatos, ela permaneceu sem água, comida ou abrigo durante todo o período em que aguardou socorro, agravando ainda mais sua situação.
A demora no resgate também se deveu à dificuldade de comunicação: testemunhas levaram cerca de oito horas para avisar as autoridades após o acidente. O trecho da trilha onde Juliana caiu foi interditado para facilitar a operação, mas o acesso continuou sendo um grande desafio para os socorristas.
O caso reacende o alerta sobre os riscos das trilhas no Monte Rinjani, conhecido por suas condições climáticas imprevisíveis e terreno traiçoeiro. Nos últimos cinco anos, pelo menos cinco mortes foram registradas na região, envolvendo turistas de diferentes nacionalidades, incluindo portugueses, malaios e indonésios. Especialistas destacam que o clima volúvel, com neblina e chuvas repentinas, pode surpreender até mesmo montanhistas experientes.
Juliana Marins era influenciadora digital e compartilhava suas experiências de viagem com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais. Sua morte gerou comoção entre amigos, familiares e internautas, que acompanharam as tentativas de resgate e prestaram solidariedade à família.
A causa oficial da morte ainda será determinada pelas autoridades locais. O caso também chamou atenção para a necessidade de maior fiscalização e segurança nas trilhas do Monte Rinjani, especialmente em períodos de clima adverso.
“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, publicou a família em comunicado nas redes sociais.