Brasileira segue desaparecida em vulcão na Indonésia; família desmente resgate

Luciano Meira
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, permanece desaparecida após sofrer um acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. O caso, que mobiliza familiares e autoridades, ganhou contornos dramáticos neste domingo (22) com o desmentido da família sobre informações oficiais de que a jovem teria sido localizada e assistida por equipes de resgate.Juliana, natural de Niterói (RJ), fazia um mochilão pela Ásia e estava no segundo dia de uma trilha ao vulcão Rinjani, uma das atrações turísticas mais conhecidas do país. Segundo relatos da irmã, Mariana Marins, Juliana comunicou ao grupo que estava cansada e foi orientada pelo guia a descansar, enquanto os demais seguiram para o cume. Sozinha, Juliana acabou escorregando e caiu cerca de 300 metros abaixo da trilha original. Ela foi vista pela última vez por volta das 17h30 de sábado (21), horário local, em imagens captadas por um drone operado por turistas que passaram pelo local posteriormente.
Família desmente informações de resgate
No sábado, autoridades indonésias e a Embaixada do Brasil em Jacarta informaram que Juliana teria recebido água, comida e agasalho após mais de 16 horas de espera, sugerindo que equipes de resgate haviam chegado até ela. No entanto, neste domingo, a família desmentiu categoricamente essa versão. Segundo Mariana Marins, as equipes de resgate não conseguiram alcançar Juliana devido à insuficiência do tamanho das cordas e à baixa visibilidade causada pela forte neblina. “A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até ela”, declarou Mariana, ressaltando que vídeos divulgados como sendo do momento do resgate foram forjados.
O pai de Juliana, Manoel Marins, também criticou a atuação das autoridades brasileiras e indonésias, afirmando que a família não recebeu apoio efetivo e que as informações oficiais são falsas. “Ela está sozinha há mais de 36 horas e parece que agora eles nem sabem onde ela está”, lamentou.
As buscas por Juliana foram oficialmente suspensas neste domingo devido ao agravamento das condições climáticas na região do vulcão, marcada por forte neblina e ventos intensos. Equipes permanecem acampadas na área e a retomada das buscas está prevista para a manhã de segunda-feira (23), horário local. A família aguarda com expectativa o envio de um helicóptero para tentar o resgate, mas até o momento a operação aérea foi considerada arriscada pelas autoridades locais.
Diante da incerteza e da falta de informações precisas, familiares e amigos de Juliana criaram um perfil nas redes sociais para divulgar atualizações sobre o caso e cobrar transparência das autoridades. “Gostaríamos de uma atualização das reais informações e estamos preocupadas com a corrida contra o tempo para salvar Juliana”, declarou Mariana.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que acompanha o caso e que a operação de resgate segue em andamento, apesar da suspensão temporária das buscas devido ao mau tempo.