Do alto de seu palanque de dois centímetros, Simões sugere que PSD mineiro siga à direita e ceda vaga a ele

Vice-governador de Minas tenta antecipar disputa de 2026, mira PSD e sugere saída de Pacheco, o “futuro governador” de Lula

Mateus Simões (Novo) – Reprodução Redes Sociais
Luciano Meira

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), decidiu que já é hora de subir no palanque — mesmo que ele ainda não tenha altura suficiente nem para enxergar o eleitorado. Em um café da manhã com jornalistas, Simões deixou claro que quer ser o primeiro da fila para conversar com o PSD caso o senador Rodrigo Pacheco, atual preferido do presidente Lula, resolva sair do partido. “Já falei com o Kassab que, se o Pacheco sair, quero ser o primeiro nome a sentar para conversar”, cravou Simões, como quem reserva mesa em restaurante badalado, mesmo sem saber se haverá jantar.A movimentação do vice-governador, que ocupa o comando do Estado enquanto Romeu Zema passeia pela Ásia, foi vista pelo entorno de Pacheco como uma tentativa explícita de antecipar a disputa de 2026. Aliados do senador ironizaram Simões e Zema, dizendo que ambos “só pensam em campanha”, quando o Estado precisa mesmo é de governo. Afinal, enquanto Simões sonha com o apoio do PSD, Pacheco já desfila ao lado de Lula, que recentemente o chamou de “futuro governador” em evento público — um afago que deve ter deixado o vice mineiro com saudades até dos votos brancos e nulos que Zema coleciona nas pesquisas.

Simões, no entanto, não desiste: defende que o PSD mineiro siga a cartilha do partido em outros estados e se alinhe à centro-direita, de preferência ao seu lado. “A direita é meu berço, tenho agora que atrair os ‘PSDs’”, filosofou, como quem tenta convencer a torcida adversária a vestir sua camisa. O problema é que, por enquanto, o PSD segue dividido entre o prestígio nacional de Pacheco e a vontade local de Simões, que precisa esperar o senador “sair primeiro” para, quem sabe, descer do palanque e subir nas pesquisas, devendo ser levado em consideração que o PSD é um partido da base de apoio do presidente Lula e tem como Ministro de Minas e Energia o também mineiro Alexandre Silveira, que Simões convenientemente omitiu ou não veja, talvez por também estar acima do campo de visão que os dois centímetros de palanque permitem ao vice-governador.

No teatro político mineiro, Simões tenta reservar o palco principal, mas, por ora, seu palanque continua baixinho — e o protagonismo, distante.

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