Polícia achou materiais para confeccionar bomba com suspeito

Luciano Meira – Agências
Um homem de 52 anos foi preso ontem, em Brasília, por ter tentado invadir a sede do Supremo Tribunal Federal. O suspeito pulou a cerca do tribunal e tentou entrar no prédio na última quarta-feira. O homem, que não teve o nome revelado, “proferiu diversas ameaças, ofensas e hostilizações a ministros do Supremo”, segundo a Polícia Civil do DF.Preso dois dias depois da tentativa de invasão, ele foi encontrado ontem (28/02) em sua casa em Samambaia, na região metropolitana de Brasília, após a investigação apontar que ele “planejava ações extremistas”. Os agentes fariam apenas buscas e apreensões, mas o suspeito resistiu à abordagem e tentou agredir os policiais. A PCDF afirma, então, que fez “uso moderado da força” e o prendeu em flagrante por resistência e desacato.
Preso tinha materiais perigosos em casa que poderiam ser usados na confecção de bombas. Segundo a PCDF, ele estava com “bilhetes confirmando as suas intenções violentas, bem como um artefato para a construção de bomba caseira”, além de um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do DF.
A polícia está investigando as motivações do ataque. A PCDF afirma que as investigações buscam “mais elementos de informação que corroborem o crime de apologia ao crime e ameaças aos ministros do Supremo”. Possíveis ligações partidárias do suspeito também são investigadas.
Esta é a terceira tentativa de ataque em três meses. Em 13 novembro, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, morreu após detonar explosivos na Praça dos Três Poderes. Já em 29 de dezembro, Lucas Ribeiro Leitão foi preso no interior da Bahia, pegando carona em um caminhão a caminho de Brasília, por suspeita de planejar ataques na capital federal.
A prisão ocorre 10 dias após denúncia contra investigados por tentativa de golpe. No dia 18 de fevereiro, a PGR (Procuradoria-geral da República) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas. Na denúncia, a PGR afirma que o 8 de janeiro foi “fomentado e facilitado” pela organização criminosa que seria liderada pelo ex-presidente.
O STF tem recebido ameaças. Em novembro, a Polícia Federal informou que o Supremo e seus ministros já haviam recebido mais de mil ameaças por e-mail desde os atos de 8 de janeiro, e que várias delas chegaram à Corte logo após a explosão causada por Tiu França e endossando aquela tentativa de atentado.
O ministro Jorge Messias, chefe da AGU (Advocacia-geral da União) repudiou a nova tentativa de invasão do STF. Em publicação no X, defendeu que “é crucial responsabilizar os criminosos do 8 de janeiro, tanto civil como criminalmente”.