Arregou: Eduardo Bolsonaro deixa mandato e vai para os EUA

Não há pedido de prisão contra o deputado no STF

Deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Redes sociais
Luciano Meira – Agências

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) decidiu se licenciar do mandato parlamentar e ficar nos Estados Unidos.

Ele afirma que tomou a decisão “mais difícil” de sua vida porque pode ser preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Também diz que o Brasil vive um período de exceção e que vai ficar nos Estados Unidos para buscar punição ao magistrado.Seus adversários têm outra versão para os fatos, entendem que sua licença é na verdade uma fuga, e está relacionada à delação de Mauro Cid que aponta o deputado como membro do grupo dos radicais da tentativa de golpe e assassinato de autoridades, ou ainda que o deputado estaria “indo na frente” para preparar a fuga do pai.

O deputado diz temer que o pai, Jair Bolsonaro, possa ser preso e morto no cárcere por ser acusado de um golpe de Estado, curiosamente o deputado tem medo que aconteça com seu pai o que faziam com os presos durante a ditadura que ele e o pai apoiaram e tentaram reimplantar no país, porém o país vive outra realidade e as instituições têm demonstrado força, equilíbrio e respeito ao estado democrático de direito, garantindo ao pai do deputado e aos demais golpistas o mais amplo direito defesa.Em suas alegações para a tal licença, o deputado diz que o pai pode ser injustamente preso e talvez jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo, mas este é um argumento facilmente rebatido, pois caso o deputado resolva ficar no Brasil, e caso fosse julgado, ele teria duas chances de estar com o pai, preso ou como visitante na cadeia aos finais de semana. O deputado ainda acrescenta em sua narrativa uma peça de ficção dizendo que o mesmo aconteceria com Donald Trump, caso não tivesse sido reeleito agora, em 2024.

Na semana passada, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o passaporte de Eduardo Bolsonaro fosse apreendido por traição à pátria e por tentativa de constrangimento de autoridades da Corte.

O pedido de cassação do passaporte de Eduardo Bolsonaro ainda não foi analisado pelo Ministro Alexandre de Moraes, que aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República, e não há pedido de prisão no STF contra ele.

Talvez ao perceber que não assumiria o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara tenha sido a gota d’água que faltava. A argumentação que, por ser um traidor do Brasil, ele não poderia assumir o cargo e o pedido de cassação do passaporte disparou o alarme.

Em fevereiro, uma manobra do deputado fez a Comissão Judiciária da Câmara dos Deputados dos EUA aprovar um projeto de lei para que autoridades estrangeiras que limitem a liberdade de expressão sejam proibidas de entrar no território norte-americano. Liberdade de expressão na versão do deputado e dos golpistas.

O deputado diz em vídeo que irá se licenciar, sem vencimentos, para que possa se dedicar a buscar as devidas sanções aos violadores dos direitos humanos, sem que ninguém com mediana cultura possa compreender o que ele quer dizer com isso, ou mesmo se ele irá agir contra seu pai e os demais golpistas encarcerados e os ainda soltos aqui no Brasil.

Ao final do vídeo o deputado diz que seu mandato é uma vocação, um compromisso, o que parece ter sido o trecho mais verdadeiro, afinal ele e todos os seus irmãos ocupam cargos eletivos, ficando clara a vocação e o compromisso da família.

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